Atrasos e problemas nos horários dos serviços geram 42% das queixas, no Portal da Queixa(PQ), num mês de junho vai ficar marcado por várias greves.
Junho vai ficar marcado por várias greves no setor dos transportes. Comboios, metropolitano, autocarros, ligações fluviais e aeroportos, são várias as paralisações previstas. Para além da insatisfação que reina entre os trabalhadores e sindicatos, o setor também assiste ao aumento do número de reclamações por parte dos consumidores, mais 58% do que em 2021, revela uma análise do PQ.
Este mês arrancou com uma paralisação na Rodoviária de Lisboa e com uma greve dos trabalhadores das bilheteiras da CP. Já esta segunda-feira (6 de junho), o caos ficou instalado no distrito de Setúbal, quando os motoristas da Carris Metropolitana fizeram uma paralisação espontânea por desconhecerem os novos horários e percursos dos autocarros que começaram a circular no dia 1 de junho. Cerca de 90% das carreiras urbanas e interurbanas da nova rede de autocarros previstas para aquele dia não se realizaram. As queixas dos passageiros não se fizeram esperar.
Perante o cenário de perturbações registadas no setor dos transportes, o Portal da Queixa realizou uma análise onde verificou que, do dia 1 de janeiro até 31 de maio de 2022, as reclamações dos consumidores dirigidas às várias subcategorias do setor aumentaram 58%, comparativamente com o período homólogo de 2021. Também subiu o número de empresas alvo de reclamações. Em 2021, foram 39 as entidades que receberam queixas dos consumidores e, este ano, são 51.
Segundo o Portal da Queixa, para a análise foram consideradas cinco subcategorias: Bilhética e Títulos de Mobilidade, Comboio e Metropolitano, Transporte Marítimo, Transporte Rodoviário de Passageiros e Transportes Coletivos de Passageiros. É nestas últimas subcategorias que está concentrado o maior volume de reclamações: Transporte Rodoviário de Passageiros e Transportes Coletivos de Passageiros, com 43% e 35%, respectivamente. Simultaneamente, são as que mais cresceram em número de reclamações, face a 2021. Na subcategoria Transporte Rodoviário de Passageiros o aumento de queixas registado foi de 140% e nos Transportes Coletivos de Passageiros a subida foi de 32%.
Os principais motivos das reclamações apontam atrasos e problemas nos horários dos serviços (42% das queixas); dificuldades na compra e/ou reembolso (24%); falhas no apoio e assistência ao cliente (17%) e falta de manutenção de equipamentos e espaços (9%).
No TOP 10 das entidades com maior número de reclamações em 2022 figuram
A Rede Expressos (+39%); FlixBus (+773%); TST - Transportes Sul do Tejo (+50 %); CP - Comboios de Portugal (+8%); CARRIS (+28%); Vimeca Transportes (+438%); Rodoviária de Lisboa (+200%); Metro do Porto (+88%); Scotturb (+63%) e Metro de Lisboa (-23%). À exceção da Metro de Lisboa – que viu as reclamações descerem -, todas as empresas registaram um crescimento do número de queixas.
Em junho, e face aos acontecimentos recentes, a Carris Metropolitana ganha destaque na fatia das reclamações dirigidas ao setor. Nos primeiros sete dias deste mês, o número de reclamações (56) representa já 48% do total endereçado às cinco subcategorias em análise.
Greves previstas no setor
Ao longo de todo o mês estão previstas perturbações nos comboios da Comboios de Portugal (CP), devido a greves dos ferroviários.
Os sindicatos do Metropolitano de Lisboa também avançaram com pré-avisos de greve, que podem coincidir com os Santos Populares e com o Rock in Rio, festival que decorre nos dias 18, 19, 25 e 26 de junho.
Nos aeroportos, greve de trabalhadores da empresa Portway Handling de Portugal a 24 e 25 de junho.
No Norte, greves parciais no serviço de autocarros da STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto). O pré-aviso de greve parcial abrange as últimas quatro horas de serviço entre os dias 20 de junho e 31 de outubro.