Una Mirada al Mundo Portugués

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

Sin años de soledad

Escrito por 

 

Maria João Coutinho y Simion Doru Cristea, con una producción de Agnes Faria, Bernadete Annunciação, Rita Ramos, Lucía y Anilce Annunciação, hicierón una película documental acerca de una mujer centenaria, la matriarca de una comunidad entera que ella ha visto y ayudado a nacer. Una película conmovedora y absolutamente ineludible.

Quién es esta persona de la que decidierón hacer este documental?
Maria João Coutinho. Ella es una señora que actualmente tiene 104 años, pero en ese momento tenía 102. Ella vive en una granja y fue partera de toda una comunidad. La ubicación es Candeal Mora que está cerca de la ciudad de Irará que está en el estado de Bahía.

Entonces ella era la partera de toda la comunidad?
MJC: Ella es una mujer del campo, pero no hubo un día en particular que una señora necesitaba ayuda en el parto y la única que estaba cerca era tía Paula, por lo que ayudó sin saber cómo y que nació el bebé. A partir de ahí comenzó a ayudar a todos los nacimientos, la granja es una comunidad muy cerrada, por lo que todos se conocen, algunos la llaman su tía Paula, madre paula, tía pauliña, ella es madre y tía de todos.

Y cómo llega Maria João a tía Paula y deciden hacer un documental?
MJC: Fuimos específicamente a Salvador de Bahia, porque pertenecemos a una asociación que estudia los refranes en Tavira y yo soy la secretaria de esta entidad y nos enteramos de que la madre santa más importante y el primera en pertenecer a la Academia Brasileña de Letras, madre Stella, que vive en un patio de Salvador y escribió un libro sobre los proverbios. Teníamos mucha curiosidad, por qué es que una madre santa escribe un libro sobre este tema? Nunca nadie había hecho dentro de la religión, excepto los proverbios de Salomón. Se estableció contacto con la señora, pero ella nos dijo que no podía venir a Tavira para una conferencia que organizamos todos los años, porque tenía más de 80 años de edad, actualmente tiene 89. Simeón y luego agarramos nuestras economías y nos fuimos a Salvador de Bahia donde tenemos algunos amigos. Gracias a ellos nos encontramos dos señoritas, Bernadete y Lucia Annunciação, que pertenecen a esta comunidad, son a la vez productoras culturales y nos dijeron que les gustaría hacer una película sobre tía Paula, porque ella era un personaje que no querian perder. Y nos fuimos. Estubimos allí para el fin de semana y dormirmos en una comunidad agrícola.

Y la tía Paula tiene su propia familia, o ella está sola?
MJC: Tía Paula estubo casada, tenía alrededor de 12 niños, debido a que toda la comunidad tiene muchos hijos, también era habitual aquí en los pueblos y más allá. Algunos han muerto y en la película ella dice que ya es abuela tetra, tiene 60 nietos y algunos tetra-nietos.

 

Essa é a família directa, fora os que a chamam de tia e mãe, ao todo quantas pessoas ela ajudou a trazer ao mundo?
MJC: Toda a gente diz por volta das 300 a 400 pessoas. Ela era chamada sempre e no documentário ela diz que nenhum menino morreu, excepto uma criança que nasceu praticamente morta e ela mesmo assim vestiu o bebé e foi dá-lo à mãe.

Eles não acharam estranho que pessoas vindas de Portugal quisessem fazer um filme sobre a tia Paula?
MJC: Bastante gente perguntou, porque quisemos fazer um filme, vir até cá e vindos de tão longe e de um país tão distante. Outros diziam, vieram com a Bella, que queria muito que se fizesse um filme sobre a tia Paula, aliás, ela já tinha convidado uns italianos que a filmaram, mas nunca revelaram o filme e as pessoas ficaram muito aborrecidas. Nós fomos tratados como família, fomos até as suas casas e como era o São João, dançámos forro, foi tudo uma grande festa.

E para a Maria João o que ficou deste trabalho depois das filmagens e da edição?
MJC: Para mim foi uma honra conhecer uma pessoa tão habilidosa, tão cheia de vida, tão cantadeira, tão roçadeira como ela diz. É uma personagem que qualquer um de nós gostaria de conhecer. Ela é um símbolo de força de vida e energia, é inexplicável, com 102 anos. No filme ela canta, dança, reza, é uma pessoa encantadora, ao mesmo tempo, muito simples e muito sábia. Depois ela tem muito de Garcia Marquês, aquela ideia do inimaginável e imaginável, embora todos nós pensámos que o maravilhoso e o sobrenatural não existem, esta cá na terra. E nesta comunidade que é muito próxima de Salvador da Baía, porque o Brasil é muito grande, duas horas de estrada é muito perto, ainda existe a cana-de-açucar, o anánas, tem os Kilombos, os antigos refúgios dos escravos, que ainda hoje persistem com os descendentes dos escravos que fugiram dos senhores brancos.

Ela, a tia Paula, ainda hoje continua a fazer partos? Não?
MJC: Não, hoje as pessoas, ou os seus próprios filhos, todos se voluntariam para a tratar. Portanto, ela é uma senhora que já se levanta com dificuldade e tem de ser ajudada. Na semana que fomos até lá, um dos filhos mais novos, que tem 65 anos, a levantou, a lavou, vestiu, deu-lhe de comer e colocou-a num sofá junto de uma porta, sem porta, ou seja, só tem a cercadura e a tia Paula esta lá sentada, do lado direito tem algumas fotografias de família, do lado esquerdo tem uma série de imagens religiosas e à frente ela vê as pessoas que vão para roça e vai falando, vai trocando umas palavras e toda a gente vai chamando: Oh, tia Paula, como vai? Ela é uma pessoa que não esta sozinha. E dali do seu sofá, ela vê tudo.

Daí os sem anos de solidão. Ela nunca esteve só.
MJC: Exactamente. Este documentário da tia Paula foi o único que foi ao Festin (Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa).

Qual foi o feedback que receberam do filme?
MJC: No Festin gostaram muito. Entretanto, enviámos o documentário para a comunidade e a tia Paula foi a convidada de honra, recebemos fotografias dela a ver-se, foi o perfeito de Irará, o padre da localidade e toda a comunidade ficou muito orgulhosa, porque ninguém tinha feito um filme sobre eles. E curiosamente, nós quisemos levar um pouco de poesia ao filme e convidámos um amigo nosso, daqui de Paços de Arcos, brasileiro para entrar no filme. Portanto ele diz algumas palavras e fala da tia Paula como se a conhecesse e foi muito engraçado porque quando mostraram o filme na comunidade toda a gente se perguntou: Mas, quem é esse? Ele fala dela como se a conhecesse. (risos)

Deja un comentario

Asegúrate de llenar la información requerida marcada con (*). No está permitido el Código HTML. Tu dirección de correo NO será publicada.

FaLang translation system by Faboba

Eventos