É uma espécie de tubarão muito abundante nas águas dos Açores. Devido à sobrepesca este peixe está a ser alvo de um estudo internacional liderado pela Universidade dos Açores.
Actualmente estima-se que existam 100 milhões de tubarões que são alvo de pesca intensiva. Um dado estatístico que confirma a drástica diminuição de certas espécies, ao ponto de se encontrarem em risco de extinção ao nível mundial. Um desses especímenes muito procurado nos mercados internacionais, para a confecção de óleo a partir do seu fígado e pelas suas barbatanas para a culinária asiática, é o tubarão azul, mais conhecido por tintureira. Descolando-se ao sabor da corrente do Golfo, estes peixes cartilagíneos abundam em grandes números as águas do arquipélago dos Açores, “Como que chegando a um oásis após uma longa e desgastante viagem no deserto, é notória a maior abundância de alimento por estas paragens. Paredes verticais de atuns, anchovas e cavalas entre outra "comedoria" quebram a continuidade do que mais parece ser um gigantesco aquário sem paredes à vista. Suportando toda esta vida, e como que explodindo desde os 500 até cerca de 30 metros de profundidade, temos os fundos marinhos do Banco Princesa Alice, localizado a Sudoeste da Ilha do Faial” como sublinha um estudo levado à cabo pela universadade local.
Ao todo existem 31 especies nos mares açoreanos, dividos em dois grupos. Os primeiros são denominados de tubarões profundidade pelo facto de viverem e reproduzirem-se, tal como o nome indica, em grandes profundidades marítimas. De seguida temos os pelágios que, são especies assoaciadas á coluna de água, ao meio ambiente pelágico como é o caso da tintureira. Este peixe devido ao seu valor comercial, sendo uma das especies mais pescadas nos mares açoreanos, tem sido alvo de um estudo internacional, do qual faz parte uma equipa da Universidade dos Açores, que visa compreender o seu ciclo de vida e os seus movimentos migratorios, de modo a poder preservar este predador de topo, que contribui para o equilibrio dos ecossistemas marítimos. A tintureira tem assim, “um corpo alongado. Apresenta uma coloração azul-vivo que praticamente a confunde com o próprio mar dos Açores, não fossem o seu ventre esbranquiçado e os seus olhos grandes e curiosos. À boleia no seu corpo viajam ainda 3 peixes-piloto que, oportunisticamente, se vão alimentando das pequenas partículas que sobram das suas refeições. As fêmeas adultas tem cerca de 2,40 m de comprimento e um período de gestação que dura cerca de 9 meses. Dentro dos seus dois úteros desenvolvem-se 80 embriões que mais parecem ser réplicas em miniatura da sua mãe. É possivelmente nos mares açoreanos, ou ainda noutras águas europeias ou do Norte de África, que este tubarão vai dar à luz. Durante os primeiros 2-3 anos de vida, os em breve recém-nascidos irão encontrar uma maior disponibilidade de alimento nestas chamadas áreas de maternidade e crescimento. A sua probabilidade de sobrevivência é reforçada pelo facto de não abundarem adultos nestas paragens, diminuindo, deste modo, a competição pelo alimento”. Embora, dados confirmem a sua alta taxa de natalidade, o facto é que a pesca excessiva está a ter um efeito alarmante na regeneração da especie, daí a importância de mais este alerta.
http://www.horta.uac.pt/projectos/MSubmerso/old/199902/Artigo.htm