O esquilo vermelho voltou ao nosso país após séculos de ausência.
Há muito, muito tempo atrás existia um pequeno roedor de pinhas, trepador de árvores exímio, de cor fusca, que habitava as florestas de Portugal. Um dia porém chegaram grandes grupos de madeireiros que cortaram quase todas as árvores do reino para construir as caravelas que iriam navegar em direcção a mundos desconhecidos. O nosso pequeno amigo felpudo que nada entendia desses desatinos dos humanos, viu-se forçado a "emigrar" para outras paragens em busca de abrigo e alimento. Até que um dia...cinco séculos depois, o esquilo vermelho voltou a ser avistado no já não mais reino, mas sim república portuguesa, para grande alegria de uma bióloga, Rita Gomes Rocha, investigadora da Universidade de Aveiro (UA), que criou um projecto para o efeito denominado de "Esquilo vermelho em Portugal". O estudo surge no âmbito do seu pós-doutoramento, que visa "como objetivo primordial perceber a expansão deste espécimen no território nacional, quais os factores que influenciam esse alargamento e os seus padrões de comportamento".
Em desenvolvimento com a Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da UA, este projecto científico quer ainda "fazer a caracterização genética da espécie para que, no conjunto final dos resultados, se perceba qual o futuro do esquilo em Portugal e se a sua expansão irá continuar ou, pelo contrário, reverter-se". Para conseguir obter dados sobre esta espécie no nosso território, "na impossibilidade de estar permanentemente presente nas áreas florestais de Norte a Sul do país, a bióloga agradece o contributo de todos quantos avistarem esquilos ou indícios da sua presença enviando os registos através de um inquérito online, ou da página de facebook do projeto".
E para que não haja dúvidas quando vir algum, a investigadora descreve o animal como sendo "um simpático roedor com uma cauda bastante felpuda e que pode ser avistado nas florestas, principalmente na copa das árvores. Apesar do seu nome esquilo vermelho a sua coloração varia bastante, desde acastanhada a totalmente preta, por isso, é normal haver alguma confusão quando se fala em esquilo vermelho".
Contudo, não se pretende apenas a recolha de avistamentos deste esquilo esquivo, outro dos objectivos do estudo é mapear uma série de observações que indiciem a sua existência num determinado lugar, nomeadamente "pinhas roídas que têm um padrão peculiar, pois estes animais deixam as escamas do topo que formam um pequeno tufo, e são bastante fáceis de reconhecer no chão das florestas". Infelizmente, e porque esta espécie é afetada pela rede rodoviária, "também se pode testemunhar os animais mortos encontrados nas estradas" afirma Rita Gomes Rocha.
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