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O lobo ibérico

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É uma espécie protegida, embora não reúna as simpatias da população portuguesa. O canis lupis signatus, nome científico, é um dos animais mais incompreendidos do nosso país.

As populações de lobo ibérico continuam a diminuir no nosso território, embora sejam protegidos por lei. Segundo dados nacionais, existem apenas entre 1600 a 1700 indivíduos desta espécie. Um decréscimo que é atribuído a vários factores, entre eles, a escassez das suas presas naturais, alguns herbívoros que tem vindo a desaparecer progressivamente das nossas florestas, devido à pressão cinegética exercida sobre estes animais. A destruição do habitat natural destes canídeos é outro dos pontos a ter em consideração, devido à pressão humana, à desflorestação e aos incêndios, os canis lúpus signatus foram desaparecendo, recuando para áreas com maior densidade florestal. Mas, o motivo que pesa ainda mais nesta equação é a perseguição e caça ilegal destes animais por parte das populações. Embora, o enquadramento legal preveja a criação de áreas protegidas para evitar o confronto com as pessoas, nomeadamente no Parque Natural de Montesino, além de coimas pesadas em caso de abate, o facto é que o lobo é o bode expiatório há várias gerações de uma série de maleitas que lhe são directamente atribuídas. Daí o medo e ódio.

Nas aldeias mais profundas de Portugal contavam-se lendas e histórias sobre este canídeo que encarna o mal, “o animal cruel de poderes malévolos, cuja simples observação ou audição poderia acarretar consequências terríveis como paralisia do corpo, a possessão por espíritos obscuros ou a atracção hedionda pelas forças ocultas da lua”, como refere o estudo “o lobo ibérico em Portugal”, realizado por A.M. Nunes. Crenças infundadas que levaram quase ao extermínio destes especímenes no nosso país, daí a necessidade de desmistificar essas ideias erróneas e pré-concebidas.

O lobo ibérico caça por norma só, mas vive em alcateias com o máximo de cinco indivíduos no Inverno e dez no Verão, um número acrescido pelo nascimento das crias. Por norma alimenta-se de herbívoros selvagens, cervídeos, ou seja, veados, corsos e também javalis que deambulam pela floresta. São animais noctívagos, período em que são mais activos. Ao contrário de muitos dos seus congéneres são mais pequenos, medindo 131 centímetros e pesando no máximo 30 quilos. Não são perigosos para o homem, pelo contrário, evitam até o contacto, devido aos factores acima descritos, os lobos ibéricos caçam animais domésticos fruto da escassez das suas presas preferidas. Contudo, uma ressalva, muitas das mutilações no gado que se verificam em determinadas zonas rurais, é provocada por matilhas de cães de caça abandonados e atribuídas erroneamente aos lobos. Lembre-se: o melhor amigo do homem, o seu cão é descendente destas animais selvagens. Por isso, mais tolerância, por favor.

http://www.bragancanet.pt/patrimonio/faunalobo.htm

http://www.signatus.org/docs/lobo_portugal.pdf

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