Um grupo de investigadores da universidade de Aveiro descobriu um método de ajudar os intolerantes ao anidrido sulfuroso.
Alguma vez sentiu uma dor de cabeça dilacerante e má disposição depois de saborear um bom vinho? E não, não estou a falar de uma ressaca monumental, após a ingestão de uma quantidade assinalável deste nectar dos deuses. Refiro-me a um copo, apenas. Pois, bem se respondeu mentalmente que sim, posso assegurar-lhe que é muito provavelmente é intolerante a uma substância que faz parte do processo enológico, o anidrido sulfuroso. Uma equipa de investigadores do departamento de química, da Universidade de Aveiro, liderado pelos cientistas Claúdia Nunes e Manuel Coimbra descobriu uma forma de fazer vinho branco sem a necessidade de adicionar este químico. O projecto “winesulfree”, galardoado recentemente com o prémio “agrofood tech” no salão internacional de agro-negócios em Santarém, consiste na adição de uma pelicula de quitosana, que não altera a produção ou o paladar do vinho. Este polissacarideo extraído das cascas dos caranguejos, camarões ou fungos, conserva as várias etapas enólogas comuns de todas as adegas, substituindo apena o anidrido sulfuroso que é acrescentado nas várias etapas da vinificação para evitar a proliferação de microrganismos que degradam o vinho e promovem as oxidações que destroem o seu aspecto e sabor. Para já, o potencial desta descoberta cientifica esta confirmada com êxito nos vinhos brancos, mas a equipa de cientistas pretende testar a película tintos, espumantes e sumos. A ideia tem um enorme potencial comercial, especialmente para os produtores de vinho, que assim potenciam a qualidade da produção nacional nos mercados internacionais, com um produto mais ecológico e não provoca as tais dores de cabeça e os enjôos que assombram o prazer de saborear uma bebida única.