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Os jardineiros do ambiente

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A campanha sementes livres pretende preservar a história agrícola europeia, impedindo a criação de uma legislação que visa ilegalizar as sementeiras tradicionais.

Há 10 mil anos atrás o homem mudava o rumo da sua existência quando descobriu que podia semear os terrenos para garantir a sua subsistência. Um marco importante para a história do ser humano, porque permitiu uma evolução até então nunca imaginada, o deixar de ser nómada para o sedentarismo que prevalece até os nossos dias. A agricultura passa a ser assim determinante como mecanismo de propagação da nossa espécie, porque uma população nutrida, cresce e prospera.

As sementeiras foram assim durante milénios uma prática que se tornou comum aos agricultores em todo o mundo. Recolhia-se as sementes das melhores frutos, vegetais e cereais que eram depois passadas de geração em geração com vista a futuras colheitas.  Ao longo do tempo, com particular ênfase no século XX ,com a mecanização do trabalho agrícola, o aparecimentos dos pesticidas e a criação de espécies híbridos em laboratórios, foi-se perdendo esse hábito de armazenar diversas variedades vegetais e actualmente, a perda de biodiversidade agrícola em todo o mundo ronda os 75%, segundo a FAO (organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Com o crescente interesse pela agricultura biológica e pela criação de hortas comunitárias, tem também aumentado o número de pessoas que pretendem retornar às origens. Retomar o hábito de recolha das sementes, a sua troca e preservação contribuindo desta forma por um melhor meio ambiente e uma maior gama varietal mais adequada aos solos e climas de cada país.

A Campanha pelas Sementes Livres foi resultado de uma iniciativa europeia com núcleos na maioria dos Estados-Membros da União Europeia, com o objectivo de inverter , como afirmam:  “uma nova legislação a ser proposta pela Comissão Europeia para restringir a livre reprodução e circulação de sementes, fechar variedades de plantas agrícolas anteriormente pertencendo ao bem comum em patentes e ilegalizar as variedades não registadas. A nova 'Lei das Sementes' visa retirar o papel de curador da semente ao agricultor, papel esse que desempenhou, com proveito para toda a humanidade”. No nosso país, a campanha foi dinamizada pelo Campo Aberto, GAIA, Movimento Pró-Informação para Cidadania e Ambiente, Plataforma Transgénicos Fora e Quercus, tendo sido entregues em Lisboa no dia 18 de Abril milhares de assinaturas com vista a não aprovação deste pacote de Leis, num total global de um milhão de pessoas que aderiram a iniciativa. A votação está marcada para dia 7 de Junho e esperemos que a maioria dos 736 deputados europeus escolha a via da liberalização e não da restrição. A esperança é a última a morrer.

http://zonalivredeogm.blogspot.com/

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