É uma das espécies mais emblemáticas e vulneráveis do nosso país.
Já alguma vez foram catalogados de comuns e afinal eram diferentes e muito especiais? Foi exactamente isso que aconteceu a uma ave marinha dos Açores, até o dia em que um cientista, Luís Monteiro, se apercebeu das diferenças morfológicas, genéticas e vocais que os distinguiam das restantes espécies de paínhos-da-madeira. Daí o actual nome e a merecida homenagem. Esta espécie é uma das mais pequenas aves do arquipélago dos Açores. “Apresentando um comprimento que varia entre os 18-20 cm e um peso de 35 a 60 gramas. A sua coloração é escura com uma faixa branca no uropígio e a cauda é ligeiramente mais bifurcada do que a cauda do Paínho-da-Madeira. Os seus ovos são mais pequenos do que os desta última espécie também” como refere o biológo Jöel Bride, na sua exposição sobre o especímen. “Os Paínhos-de-Monteiro são capazes de reproduzir-se a partir de dois anos de idade. Tal como todos os Procellariiformes, as fêmeas põem um ovo único, sem possibilidade de efectuar uma postura de substituição em caso de fracasso. As posturas decorrem entre o final de Abril até início de Julho. A duração da incubação é de cerca de 45 dias e da criação é de dois meses. Ambos progenitores participam em ambos os processos. As crias saem do ninho entre meados de Agosto e o início de Outubro. Esta espécie não é muito afectada pela pressão humana, uma vez que os seus ninhos, não só são difíceis de localizar, como é também difícil chegar até à ave ou ao seu ovo. Tal como para as outras aves marinhas, as principais ameaças estão relacionadas com a presença de mamíferos introduzidos (ratazanas, gatos, furões) e de aves de presa (incluindo as espécies indígenas tais como o Bufo-pequeno Asio otus) nas proximidades dos seus locais de nidificação”.Análises efectuadas a estas pequenas aves sugerem que permanecem todo o ano nos Açores, com particular incidência em ilhéus isolados e desabitados na ilha da Graciosa e são actualmente uma população de aves em número reduzido, com apenas 250-300 casais, daí o seu grau de vulnerabilidade.
http://siaram.azores.gov.pt/fauna/aves-marinhas/painho-monteiro/_texto.html