Numa palestra que decorreu no ISCIA, o investigar Fernando Rebelo alertou para os perigos deste e outros desastres naturais no Alentejo, Algarve e Açores.
Os riscos de tsunami, tufões e tempestades no mar desdobram-se em riscos de inundações no Litoral português e são ignorados pelo mapa oficial de riscos publicado em 2006, em anexo ao Plano Nacional de Politica e Ordenamento do Território, segundo afirmou o antigo reitor da universidade de Coimbra, Fernando Rebelo, no decorrer do VII Encontro Nacional de Riscos e I Fórum sobre Riscos e Segurança do Território, que teve lugar o Instituto Superior de Ciências da Informação e de Administração. Um alerta que considera de vital importância, já que, ""o risco mais elevado está no sul, particularmente na costa ocidental do Alentejo e no Algarve, no resto do país é médio ou pequeno, mas não há risco zero", disse. O professor salientou, que a origem dos tsunamis está nos terramotos, mas não é a única e são referidas como "outras causas" as erupções vulcânicas e deslizamentos. Observou mesmo que, "logo no início do estudo das placas tectónicas apareceu frente à Península Ibérica um Rifte (zona de fratura, acompanhada por afastamento em direcções opostas da superfície terrestre), onde havia conhecimento de muitas erupções submarinas", lembrando: "os Açores nasceram assim".
O académico reforçou esta tese sublinhando que “tem havido vulcões a funcionar que já não estavam activos há 500 anos, para concluir que não há garantias de que um vulcão não venha a entrar em actividade nessa área, tanto mais que, ao largo da Ilha Terceira, o vulcão submarino da Serreta esteve em erupção entre 1998 e 2001, limitando a passagem na área de navios e aviões” . Mais, o investigar cita mesmo um estudo liderado pelo geólogo Vítor Forjaz, que aponta para a possibilidade de existir, na placa euroasiática, uma microplaca na zona dos Açores, com riscos graves para São Miguel. Lembrou ainda que estudos recentes admitem a possibilidade de existir uma zona de subducção (área de convergência de placas tectónicas, onde uma delas se infiltra debaixo da outra) muito perto de Cádis, hipótese que classificou como "assustadora, principalmente se foi a responsável pelo tremor de terra em Granada, que ocorreu em 2010".