Qual dos vários processos é o que gostas mais de manipular?
CP: Isso surge naturalmente. Há ideias que me direccionam para determinado caminho e traduzem-se em pintura, ou em desenho. Às vezes nenhuma delas consegue transmitir o que estamos a sentir e isso acaba por aparecer sob a forma de instalação, ou outra forma de criar. Tem muito a ver com o que esta dentro de nós. Depois vai-se encaminhando.
O que te inspira?
CP: A vida! A simplicidade das coisas gratuitas é um pequeno luxo. O que esta sempre presente, mas facilmente passa-nos ao lado. Os gestos. Uma atitude. Um som.
Para os utilitários fizestes joias, o que te atraiu?
CP: Era um tema que já vinha desenvolvendo á algum tempo e como objectivo era ser utilitário peguei nessas joias que são inspiradas em mandalas. São pinturas que partem sempre de um foco central. Depois vão-se expandido e repetindo. É quase como uma meditação. Essas mandalas é uma forma de falar com esse lado interior.
O que vens desenvolvendo agora?
CP: Tatuagens temporárias. Surgiram por acaso e comecei a fazer. Foi engraçado, porque se trata de uma forma de criar um desenho sob a pele. Uma mensagem. As pessoas procuram-me para isso. Estou presente em eventos de ligados ao artesanato, as artes.
Tu crias o desenho ou as pessoas escolhem?
CP: As pessoas escolhem os temas e crio a partir daí. Outras preferem desenhos meus já pré-definidos. Outras ainda, não todas, pedem um desenho livre. É uma forma de confiar. É bom ter essa liberdade de criar.
Como é que chegastes aí?
CP: Eu desconhecia a henna. Quando a descobri, achei muito interessante tudo o que esta por detrás e as mensagens. Comecei a fazer há uns três anos.