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A caixa de pandora

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No inicio 2010, Nair Morna transpôs um projecto de arte pública na cidade de Galway, na Irlanda, para a rua de Santa Maria, localizada numa ilha algures perdida no meio do Atlântico. A ideia ganhou consistência e são diversas as formas de actuação dos Mad Space Invaders, na cidade do Funchal. Uma intervenção artística que valoriza o património arquitectónico da urbe, e que conta com a ajuda preciosa dos seus já cerca de 30 membros com uma vontade indómita de transformar espaços abandonados e desprezados em autênticas obras de arte.

Em que contexto surgem os Mad Space Invaders?

Roberto Macedo Alves: Foi uma ideia da Nair Morna. O primeiro membro do grupo, que viu que havia na Irlanda um grupo de artistas que se juntavam para fazer intervenções em espaços abandonados e desprezados e que eram transformados em mini-centros culturais durante algum tempo. Ela achou que o conceito se aplicava à Madeira, por isso, juntou um grupo de amigos e criou os Madeira Space Invaders. A óptica da ideia era invadir com a autorização dos autores e proprietários dos espaços para fazer algumas intervenções.

É difícil propor aos proprietários e as autoridades locais fazer este tipo de intervenções?

RMA: Às vezes é, se bem que agora é cada vez mais fácil, porque as pessoas começam a dar importância a este conceito de arte pública, como tem funcionado, devido ao impacto que teve as portas abertas na Rua de Santa Maria, as pessoas começam a ver que isto de pintar os espaços públicos é bom. Serve para valorizar estes edifícios e para trazer pessoas que não estão habituadas a lidar com arte e cultura no dia-a-dia, a expor obras de arte nos seus locais de passagem. De repente, as gentes que residem aqui olham para as portas e para os murais, residentes que nunca entraram numa galeria de arte e que acabam por criar outro tipo de sensibilidade para a pintura. Olham para os desenhos, analisam, avaliam e dão a sua interpretação, sem nunca antes terem tido a oportunidade de entrar num museu e agora de repente tem outra abertura para este tipo de manifestações artísticas. As autoridades locais começam a verificar o impacto positivo e tem colaborado de forma cada vez mais intensa. No caso deste mural foi mais fácil, trata-se de um prédio privado, de modo que os herdeiros autorizaram a intervenção na fachada.

Por norma, vocês já tem um esboço do que vão fazer antes de submeter um pedido ou não?

RMA: Por acaso aqui, explicámos o que se pretendia, para ver se valia a pena fazer a intervenção, esse contacto ficou á cargo do José Maria Zyberchema, depois de obter o aval dos donos do prédio, nós tirámos fotografias da fachada e como era para ser um trabalho colectivo, juntámos as várias propostas. Cada artista submete a sua intervenção individualmente, alguém propõe desenhar a senhora da água, por exemplo. Depois temos que integrar tudo na fachada para que houvesse uma ligação e no final ficasse algo coerente. As partes em comum são feitas por todos, no fundo é a aplicação da camada do protector, que é parte mais trabalhosa, depois cada um dispõem da sua base para trabalhar, desenvolve o seu projecto individualmente para que no final tenhamos um conjunto harmonioso.

O grupo tem tido propostas para fazer outras intervenções fora do Funchal?

RMA: Estamos a pensar nisso, porque não nós podemos restringir estas actividades só ao Funchal, embora seja um conceito inovador. Cada vez mais verificamos que as pessoas estão receptivas para estas ideias dos Mad Space Invaders de fazer invasões e intervenções, um pouco pela ilha toda.

http://www.facebook.com/mad.space.invaders?sk=info

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