Annika Vayrynen pode não ser portuguesa de gema, mas inspira-se na beleza natural da ilha da Madeira para fazer jóias. Uma escolha que resulta da sua paixão pelas flores e por tudo o que a rodeia, após uma viagem até a pérola do Atlântico.
Como é que uma finlandesa vem para a Madeira?
Annika Vayrynen: Eu estava a trabalhar numa agência de viagens na Finlândia e fiz viagens de estudo para vender melhor os destinos . Vim até a Madeira e gostei muito, aliás de todo o Portugal em geral. Depois quando a minha vida profissional e pessoal atingiu um determinado ponto, decidi experimentar viver numa terra mais quente e depois como gostei isto vim para cá.
Como aparece a ideia fazer joalharia inspirada na ilha?
AV: Como eu trabalhei com turismo os stands da Madeira estavam sempre cobertos de flores, e ainda continuam a coloca-las para vender a ilha como destino turístico. E sempre gostei muito disso. Então, fiz um curso para mulheres empresárias, eu era a única estrangeira no grupo, mas foi admitida. E este foi o meu projecto de negócio, o meu era vender jóias feitas com este tipo de materiais ligados à natureza da Madeira.
Como surgiu a ideia do calhau e da lava?
AV: A ilha é originalmente vulcânica e não temos pedras preciosas, tudo é importado. Tudo o que temos é basalto e lava. O que fazemos é misturar com outras pedras. O resultado esta à vista. Somos nós que fazemos aqui as peças. Por exemplo, os brincos, pulseiras e colares são feitas manualmente, as peças com prata são encomendadas a ourives em Portugal, ou na Suiça.
E a ideia para estas peças as orquídeas?
AV: As flores foram as primeiras. Mas, depois tinha tantos clientes a pedir-me mais peças que decidi alargar. O projecto inicial era só as flores e artesanato local. As pessoas cá vendem bordados e esse tipo de coisas, mas como há muito, eu decidi especializa-me nesta parte das jóias, que é inovadora.
Tem muita procura pelo que vejo…
AV: Sim, neste momento tenho muitos clientes, mas tudo é sazonal. Quando tem turistas há mais negócio e quando estamos em época baixa, ao igual que todos os negócios vendo menos. Eu faço bastante publicidade. O cliente que entra aqui já sabe, já tem essa informação, o que procura.