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Atreva-se no zonarte

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As primeiras notas musicais de “tudo isto é fado” foram o mote para as primeiras pinceladas do Zonarte, uma iniciativa da artista plástica Taciana Gouveia, que visa dar espaço à criatividade e imaginação de quem quer, que seja que queira expressar-se através da pintura mural. É também uma fusão de expressões artísticas, que levaram o fado á rua, para gáudio do inúmero público que se acotovelava para ver os artistas em acção.

Qual foi o objectivo que te propusestes para o Zonarte?

Taciana Gouveia: O intuito desta iniciativa teve como objectivo primordial, tornar acessível à prática artística e não só. Para já trata-se de um projecto muito democrático, porque é atingível por todos. E quando o decidi pensei logo nesse aspecto. Criar um projecto artístico onde todos pudessem participar. Eu, enquanto artista, senti muitas dificuldades em expor os meus trabalhos. Todos sabemos que existem monopólios e nomes sonantes que ocupam o panorama das artes e que por isso, nem sempre é tão democrático como gostaria que fosse. Chama-se Zonarte, porquê? É arte na zona velha, através de pintura mural.

A escolha do mural tem muito a ver com o facto de poder ser partilhado por muita gente?

TG: Sim, exacto. O projecto está a ter muita adesão por parte dos artistas e se calhar para colmatar a necessidade de expressão que ainda a pouco referi. Da falta de espaços acessíveis e democráticos onde as pessoas se sintam à vontade. Um local onde possam chegar e dar asas à concretização plástica e a sua criatividade.

Sentistes dificuldade em conseguir apoios para a primeira edição deste evento?

TG: Não, embora o projecto tenha sido pouco divulgado, apareceu imensa gente. Tanto que o primeiro painel era mais pequeno e neste segunda edição apostei num mural que é maior, o dobro, para colmatar a falta de espaço que houve na edição anterior. Simplesmente apareceram mais artistas do que esperava. Nesta mostra, estamos a retratar um tema que é o fado, numa rua emblemática na zona velha do Funchal. Basicamente o desafio que lancei aos artistas foi captarem à essência do fado e expressarem-no artisticamente como entenderem.

Porque a escolha deste tema?

TG: O projecto está a ser promovido pela Taverna Real com o mecenato do senhor Arsénio que é dono das casas de fado mais antigas da cidade. Logo, disponibilizou os músicos e o tema surgiu naturalmente.

Há sempre uma temática subjacente para cada mural?

TG: Não, na primeira edição não havia uma temática. Era livre. Inicialmente o que eu idealizei era criar um projecto de fusão, com vários tipos de expressões, nomeadamente musical e plástico. Acho que esta mistura resulta e as consequências estão à vista. Há imensos artistas a participar e esperemos que muitos mais para outras edições.

O painel acontece no Funchal, mas não poderia ter sido concebido para outras zonas da cidade?

TG: Este projecto aconteceu cá, porque foi fantasticamente patrocinado pelo senhor Arsénio, em outros lados para acontecer terá de ser também apoiado. Daí que faço o apelo, quanto mais partes da ilha melhor. É para todos e gostava de chegar com o Zonarte a todas as pessoas. Porém vamos ver se é possível que alguma instituição nos apoie.

Este mural acaba por ser efémero, ou não?

TG: Não, o Zonarte acontece quinzenalmente. Este mural concretamente fica aqui. A ideia seria no final do ano fazer uma exposição com os paneis. Ainda não tenho definido o local e uma data para a mostra. Este festival artístico esperemos que aconteça ao longo de 2012, dependendo dos apoios, mas a ideia seria criar exposições cíclicas para rentabilizar um pouco o investimento que se faz.

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