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Da terra virás, esculpidas serás

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Comunica através das suas mãos. Domina o barro. Esculpe olhares sonhadores, indiferentes, risos, sorrisos e tristeza. Expressões faciais que, transportam para o mundo a forma como interpretam o seu pequeno universo. É uma expressão artística discreta e ao mesmo tempo inesquecível que emociona o olhar. O interlocutor não fica indiferente. São as figuras de areia de Patrícia Sumares.

A tua obra para o lonarte recorda-me as figuras de Juan Muñoz, embora alguém referiu que eram figuras de areia, como é surgiu esse conceito para esta lona?

Patrícia Sumares: Surgiu de um trabalho que estou a desenvolver e que ainda não foi exposto, num formato quadrangular, igualmente idêntico ao desta obra, que preenchi com estas caras. O Guilherme viu-o e pediu-me para participar. A partir das dimensões da lona fiz esta instalação.

Tu apontas como uma das tuas áreas de eleição à escultura, trabalhar com o barro.

PS: Sou licenciada em escultura e trabalho muito a argila, que é o material mais clássico para qualquer escultor. Gosto dele, porque possibilita tudo o que quisermos fazer. Sinto-me perfeitamente à vontade. Quem conhece o meu trabalho, que já é algum, verifica que gosto de abordar a temática das figuras, das caras e das crianças.

É também uma abordagem muito clássica, a figura humana.

PS: Sim, isso é porque gosto muito das pessoas. As suas expressões. Aprecio os seus gestos.

Tiras fotografias desses rostos?

PS: Tiro algumas. Principalmente, gosto de guarda-los na minha memória. Gosto mais de observar do que falar e talvez quando crio estes trabalhos, estou a comunicar com outro material. Alias, a arte é uma forma de expressão. Outras das minhas paixões são as crianças. Gosto imenso de reproduzir, o que vai ao encontro do meu lado maternal. Nós, as mulheres, não podemos ter nove e dez filhos, a arte acaba por ser essa extensão. Faço modelação em barro, depois crio o molde o que me permite reproduzir a mesma figura e fazer instalações. Nas minhas obras, crio as minhas peças em vez de utilizar colagens, ou objectos. Faço tudo de raiz. Neste trabalho do lonarte, há cinco expressões diferentes, que modelei e adequei ao espaço.

A escolha do tipo de argila é inusual.

PS: Gosto muito de branco, porque é clara e pouco comum. Não é um branco imaculado como gesso, mas permite misturas com outros tipos de barros e diferentes cores. Gosto daquele tom, tipo champanhe, dá um ar mais artístico na minha forma de ver e que tem mais a ver comigo.

http://patriciasumares.blogspot.com/

http://www.lonarte10.blogspot.com/

http://patriciasumares.com/

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