DI: Eu sempre achei interessantes as cores e o que mais me interessava é a conversação entre elas, qual era a mancha que podia criar ao nível visual. Acho que esse campo de como esse processo acontece no nosso cérebro é para os cientistas. Optei pelas cores bastantes fortes, bastantes vivas, porque gosto de pessoas com esse espirito na vida, que sejam dinâmicas, que saibam rir, chorar e ser sinceras com elas próprias e tento exprimir isso através da cor. O que mais gosto de ver no mundo é alguém feliz, que tenha um sorriso sincero e acho que a cor forte pode exprimir isso, é a minha forma de trabalhar, de ver o mundo e tento traduzir isso na imagem.
Também já dissestes que não querias ser um artista de galeria, mas sim virado para o público. Porquê?
DI: Recebi imensos convites de galerias do mundo inteiro, mas sempre me interrogo se tenho espirito de andar em galerias? Com a capa de artista? Eu não me sinto artista, não sinto que tenha talento, só quero que as pessoas se sintam bem a olhar as imagens, é essa a minha postura. Eu rapidamente mudo de estilo e quero que as pessoas se sintam felizes a olhar para essas ilustrações e foi essa decisão tomei em conta. Sempre achei interessante que uma pessoa possa olhar para o meu trabalho enquanto corta a carne, ao invés de se eu estivesse em galerias de arte o meu trabalho não estaria tão visível, porque podemos maximizar as imagens em variadíssimos produtos, também como forma de ganhar dinheiro fazendo o que se gosta. Mas, o mais importante é as pessoas terem acesso ao que eu faço, em qualquer parte, em qualquer ponto. E cada vez mais o mundo parece-me que gosta desse sentimento, porque os artistas e designers independentes estão a ter uma influência gigante no nosso mundo. Essa foi a razão mais simpática de dar a conhecer o meu trabalho as pessoas.
Não achas que é uma banalização?
DI: Toda a gente me pergunta isso, aliás, acha isso. Quando se trabalha com sites que vendem para públicos que se interessam por design e que gostam de se sentir especiais, acho que não é uma banalização. As minhas imagens, por exemplo, são aplicadas em almofadas, eu acho que é totalmente diferente comprar uma do IKEA e outra de um artista independente, em termos do sentimento que desperta. Por vezes, as grandes marcas apercebem-se do fenómeno e de vez quando criam coleções especificas, também eles sentem a necessidade de passar essa ideia do ser especial ao comprar um produto idealizado por um designer, não acho que seja banalização. Há tantos artistas tão bons e com imensa qualidade que isto é um oceano bonito de se ver e não o vejo com um sentimento de banalização. Falo com designer de várias agências e muito deles me dizem que os materiais não são nobres, estás a fazer arte, sem a nobreza do artista. Mas, eu quero dar esse acesso das minhas imagens, porque acho interessante, dar cinco dólares por um registo e acho muito importante permitir as pessoas terem essa escolha.
Qual é o teu próximo passo como designer?
DI: É uma pergunta bastante difícil. Mas, acho que sou um artista emergente, todos os dias estou a aprender e o próximo trabalho é tão difícil, porque o pretendo é continuar a fazer isto.
Então já concretizaste o teu sonho?
DI: Não diria o meu sonho, esse seria viver disto para sempre. É o meu maior desejo. Falei de felicidade, porque acho que devemos fazer o que gostámos para poder viver, acho que o mundo melhora quando isso acontece, é a minha opinião que pode ser relativa.