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Ivan, o grande

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Danny Ivan considera-se um jovem artista independente. O seu maior desejo é fazer as pessoas felizes quando olham para o seu trabalho, mesmo que seja através dos objectos mais banais do quotidiano. A alegria que dedica a sua arte reflete-se nas cores fortes e vivas que imprime as suas ilustrações e não há como escapar a este mundo multicolor cheio de charme e detalhes. Venha conhece-lo.

Porquê para ti foi essencial criar um estilo como designer gráfico?
Danny Ivan: Eu acho que quando queremos criar um estilo é para tentar diferenciar o nosso trabalho dos outros, porque há artistas fantásticos por todo o mundo, se não estamos informados sobre os trabalhos deles, nós em grande parte sentimos que estamos a fazer o mesmo. Por isso, acho muito importante criar o nosso espaço, a nossa forma de expressar o que temos cá dentro.

Como é que te surgiu a ideia de fazer trabalhos com muitos detalhes?
DI: Eu acho que é muito importante chegar ao detalhe em qualquer trabalho, pode ter um ar muito simplista, mas se formos ao pormenor as pessoas identificam e reconhecem que há um conceito, que existe um trabalho ali. É uma forma simpática de criar uma relação com um público em geral. E, acho que os detalhes fazem a diferença na vida, desde os nossos mais pequenos actos, da forma como nos relacionámos, tento aplicar essa ideia na ilustração, ou na própria fotografia. Acho que no meu ponto de vista é essencial.


Como é que surge o teu processo mental em termos criativos? Nos teus trabalhos coexistem duas vertentes, as ilustrações propriamente ditas e depois a fotografia que se transforma numa imagem detalhada.
DI: Costumo dizer que não tenho processo algum. Simplesmente tenho um sentido de observação bastante apurado, estou sempre a observar tudo, gestos, pessoas, cores dominantes, todo o ambiente dos museus, galerias, leio muito, vejo muitos filmes e oiço muita música. E de repente isso faz um clique na minha cabeça, não consigo explicar o como e depois começo a esboçar nesse momento. O que é realmente é difícil é estar sentados á espera que a criatividade fluía. Acho que provavelmente o meu processo é estar sempre em processo, por ventura, essa é a melhor expressão que me define como artista.

Outra das questões que me chamou a atenção foi a utilização da cor, isso tem a ver com o ilhéu que há em ti? Ou transpõe essa fronteira da ilha?
DI: Eu sempre achei interessantes as cores e o que mais me interessava é a conversação entre elas, qual era a mancha que podia criar ao nível visual. Acho que esse campo de como esse processo acontece no nosso cérebro é para os cientistas. Optei pelas cores bastantes fortes, bastantes vivas, porque gosto de pessoas com esse espirito na vida, que sejam dinâmicas, que saibam rir, chorar e ser sinceras com elas próprias e tento exprimir isso através da cor. O que mais gosto de ver no mundo é alguém feliz, que tenha um sorriso sincero e acho que a cor forte pode exprimir isso, é a minha forma de trabalhar, de ver o mundo e tento traduzir isso na imagem.


Também já dissestes que não querias ser um artista de galeria, mas sim virado para o público. Porquê?
DI: Recebi imensos convites de galerias do mundo inteiro, mas sempre me interrogo se tenho espirito de andar em galerias? Com a capa de artista? Eu não me sinto artista, não sinto que tenha talento, só quero que as pessoas se sintam bem a olhar as imagens, é essa a minha postura. Eu rapidamente mudo de estilo e quero que as pessoas se sintam felizes a olhar para essas ilustrações e foi essa decisão tomei em conta. Sempre achei interessante que uma pessoa possa olhar para o meu trabalho enquanto corta a carne, ao invés de se eu estivesse em galerias de arte o meu trabalho não estaria tão visível, porque podemos maximizar as imagens em variadíssimos produtos, também como forma de ganhar dinheiro fazendo o que se gosta. Mas, o mais importante é as pessoas terem acesso ao que eu faço, em qualquer parte, em qualquer ponto. E cada vez mais o mundo parece-me que gosta desse sentimento, porque os artistas e designers independentes estão a ter uma influência gigante no nosso mundo. Essa foi a razão mais simpática de dar a conhecer o meu trabalho as pessoas.


Não achas que é uma banalização?
DI: Toda a gente me pergunta isso, aliás, acha isso. Quando se trabalha com sites que vendem para públicos que se interessam por design e que gostam de se sentir especiais, acho que não é uma banalização. As minhas imagens, por exemplo, são aplicadas em almofadas, eu acho que é totalmente diferente comprar uma do IKEA e outra de um artista independente, em termos do sentimento que desperta. Por vezes, as grandes marcas apercebem-se do fenómeno e de vez quando criam coleções especificas, também eles sentem a necessidade de passar essa ideia do ser especial ao comprar um produto idealizado por um designer, não acho que seja banalização. Há tantos artistas tão bons e com imensa qualidade que isto é um oceano bonito de se ver e não o vejo com um sentimento de banalização. Falo com designer de várias agências e muito deles me dizem que os materiais não são nobres, estás a fazer arte, sem a nobreza do artista. Mas, eu quero dar esse acesso das minhas imagens, porque acho interessante, dar cinco dólares por um registo e acho muito importante permitir as pessoas terem essa escolha.


Qual é o teu próximo passo como designer?
DI: É uma pergunta bastante difícil. Mas, acho que sou um artista emergente, todos os dias estou a aprender e o próximo trabalho é tão difícil, porque o pretendo é continuar a fazer isto.


Então já concretizaste o teu sonho?
DI: Não diria o meu sonho, esse seria viver disto para sempre. É o meu maior desejo. Falei de felicidade, porque acho que devemos fazer o que gostámos para poder viver, acho que o mundo melhora quando isso acontece, é a minha opinião que pode ser relativa.

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