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Memórias de Martha

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O Mudas, Museu de Arte Contemporânea da Madeira apresenta, na antiga casa principal, no novo espaço de exposições temporárias, a obra de artista plástica Martha Cohen da Cunha Telles.

Trata-se de um expólio de 31 obras, entre pintura, aguarela, gravura e serigrafia, que segundo o director Regional de Serviços de Museus e Património da Direcção Regional da Cultura, Francisco Clode são “uma homenagem a uma artista nascida na Madeira que fez o seu percurso profissional no Porto, em Paris e posteriormente no Canadá”.

O conjunto de trabalhos da artista plástica foi cedido pela sua filha Teresa Cunha Telles Hall no seguimento de um protocolo de cedência por 10 anos à Região, prorrogado por mais 5 anos, um acordo de suma importância porque, como refere o responsável, Martha Telles para além de ter sido “uma professora, uma pedagoga, viveu toda a vida na memória da sua infância. A sua obra reflecte isso, não no sentido de uma pintura naif, mas um trabalho que ressuscita à sua infância e ela própria vive nessa melancolia, vê-se como uma criança a reflectir sobre a sua condição de adulta. Toda a sua vida viveu esse drama, a criança grande que era, a vida que deixou e que ela efabulou. A Agustina Beça Luís escreveu sobre ela e as suas narrativas da memória que não são a realidade, mas uma ficção, porque toda a memória é isso mesmo e no fundo o trabalho da Martha Telles é assim, ficcionar aquilo que somos para sermos algo diferente. É uma homenagem a esse profundo amor que ela tinha sobre a sua terra natal”.
Nascida no Funchal, a 19 de agosto de 1930, filha de um advogado madeirense e de uma cantora lírica dinamarquesa, Martha Cohen da Cunha Telles, após uma breve iniciação com o pintor paisagista Max Römer na sua terra natal, cursou Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, obtendo o diploma do Curso Especial e do Curso Superior. Entre 1963 a 1965 foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, onde estudou pintura sob a orientação de Maria Helena Vieira da Silva e Sociologia da Arte na Sorbonne.
Após uma breve passagem pelo ensino secundário foi para Copenhaga em 1961, onde fez a sua primeira exposição individual. Nesta cidade, a par da pintura, trabalhou também como desenhadora técnica, atividade que já tinha praticado no Porto. Em 1968 mudou para Montreal e aí prosseguiu estudos. Obteve o Bacharelato em Artes Plásticas na Universidade do Quebeque, frequentou o Curso de Gravura na Universidade McGill e foi bolseira do Conselho das Artes do Canadá. Naturalizou-se canadiana em 1974 e, após dezasseis anos neste país, regressou a Portugal em 1983. Viveu ainda uma temporada na Bélgica tendo falecido a 21 de fevereiro de 2001, em Lisboa.
A exposição de Martha Teles representa a segunda fase da transformação do espaço Mudas que tem vindo a ganhar cada vez mais visitantes desde à sua inauguração em Outubro do ano passado, em particular, pelos estrangeiros que visitam à ilha da Madeira, neste âmbito Francisco Clode refere que, “às vezes temos a ideia que os turistas tem pouca informação e não sabem nada sobre património, mas sabem, só que fazem opções. Temos uma média superior a mais de 1000 visitantes mês. Há dias durante a semana em que o museu é visitado por mais de 150 pessoas, uma média que esperámos atinja os 25 a 30 mil visitantes ano. Só este ano podemos olhar para os números já que anteriormente o Mudas era apenas um centro de exposições, não tinha propriamente uma colecção em permanência. Há uma renovado interesse pela oferta cultural, as pessoas vêem pela natureza e pelo mar, mas cada vez mais se interessam pelo património”.

http://aprenderamadeira.net/telles-martha-1930-2001/

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