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O conceptualista

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João Onofre é um dos expoentes máximos da arte conceptual no nosso país. Um trabalho que desenvolve há 14 anos e que tem merecido destaque no mundo da arte contemporânea internacional. Presente em vários museus e colecções pelo mundo fora, este artista continua a desenvolver o que apelida de documentários expandidos que apresentou recentemente num workshop da galeria porta 33.

Quando aborda o seu trabalho fala de documentários expandidos, porque utiliza essa terminologia?

João Onofre: Porque o meu trabalho, os meus vídeos não são documentários no sentido mais tradicional. São expandidos porque não são narrativos diria que tem mais a ver a arte conceptual do que o documentarismo tal como os conhecemos no cinema.

Não nota uma certa desconfiança no meio artístico perante o trabalho que desenvolve?

JO: Não creio, os trabalhos em filme e em vídeo estão presentes em colecções de museus e centros culturais privadas, eu presumo que já existem na arte desde o século XX e XXI e estão perfeitamente enraizados.

O seu trabalho de arte conceptual é associado ao movimento dos anos 60. Revê-se nesse tipo de comentários? Os artistas dessa época influenciam-no em que medida?

JO: Nos finais dos anos 60 início dos anos 70 surgem os movimentos de vanguarda nos EUA e creio que isso é uma linhagem que não posso esconder e da qual me orgulho em ser colocado como descendente desse grupo e revejo-me neste tipo de comentário.

Como é que vê o mundo da arte em Portugal, houve uma evolução?

JO: O mundo da arte contemporânea em Portugal, sim de certa forma evoluiu. Mais artistas surgiram nos pós-25 de Abril, nos últimos 10 anos emergiram novas caras no panorama artístico nacional. O nosso país é pequeno e o meio da arte contemporânea reflecte isso.

É isso que explica que primeiro obteve sucesso lá fora do que no seu próprio país?

JO: Talvez.

Porquê? No estrangeiro estão mais abertos à arte conceptual? Ou porque há um mercado de arte que evoluiu num período em que Portugal esteve longe desse mundo?

JO: Creio que o ser bem recebido lá fora reforça o facto de que o meu trabalho tenha que ter uma atenção em Portugal, que podia não ter sido dada. A minha perspectiva de arte conceptual está presente em muitos espólios de arte contemporânea de museus portugueses e em colecções privadas de maneira de que o trabalho é bem acolhido no nosso país.

Qual é a importância de um workshop em parceria com a galeria porta 33?

JO: Foi uma excelente oportunidade para vir e discutir o meu trabalho com vários participantes do seminário e responder a eventuais questões. Sinto-me contente, porque foi interessante. Trouxe 25 vídeos cinco dos quais nunca vistos na Madeira que perfazem 14 anos de trabalho, trouxe ainda 2 inéditos em Portugal e creio que isso tem algum interesse para esta iniciativa da porta 33.

Qual foi o impacto que tem sentido por parte dos participantes?

JO: Creio que tem sido bem recebido, mas como ainda não terminou a avaliação não posso acrescentar mais.

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