Reparei que uma das tuas lâmpadas foi inspirada num skateboard, como processas as tuas ideias criativas?
JM: Não tenho um processo, acontece. Estou aberto a tudo nas diferentes áreas. Não fico muito tempo a pensar no objecto, tudo começa com uma ideia, depois sai tudo na hora. Por exemplo, desenhei a anémona, que é uma lâmpada com uma rede inspirada numa obra plástica que é uma grande rede, em Matosinhos.
Pelo que explicaste há pouco reciclas muitos materiais, é sempre um componente forte nos teus trabalhos?
JM: Eu sempre reciclo materiais nos meus desenhos, é uma das componentes do design. É engraçado encontrar formas para que aquele material não acabe. O objectivo é encontrar diferentes moldes para os reutilizar.
Como jovem designer que és, como o mercado nacional encara profissionais como tu? Ainda há uma certa resistência por parte da indústria?
JM: Estive numa empresa cerca de seis meses e verifiquei que ainda reagem mal ao design.
Mas em que sentido, não valorizam os designers nacionais é isso?
JM: Não, nos vem como uma mais-valia para a empresa. Ainda tem um olhar preconceituoso e não apostam nos nossos desenhos, não nos levam à serio, tanto é assim, que no tempo que estive nessa empresa não me pagaram.
Então como vês o teu futuro? Tens de ser independente?
JM: Primeiro tenho de ganhar alguma experiência profissional. A ideia é ir para lá fora, ter uma carreira, voltar para Portugal depois de ter feito esse caminho, criar uma marca.
Em que área?
JM: Em mobiliário.
Porque cá devido a mão-de-obra especializada?
JM: Sim, pela qualidade da mão-de-obra, pela facilidade em obter os materiais e porque é o meu país.