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O não convencional

Escrito por 

Joaquim Miguel é um jovem designer português que aposta na concretização de objectos do quotidiano com materiais não convencionais. Uma conceptualização intuitiva que aplica a tudo que cria, em particular, no mobiliário, uma área que o fascina.

Como te definirias como designer? Verifiquei que tem diversas valências.

Joaquim Miguel: Não sei, eu gosto do desenho, tenho formação em design industrial, escolhi várias áreas do design, não apenas uma temática.

Qual é a tua área preferida então?

JM: O desenho de mobiliário.

O que tem diferente em termos de concepção artística?

JM: O que tem de criativo são os diversos materiais que podemos utilizar. É muito bom mudar a aparência de um objecto do quotidiano. Dar-lhe outro enquadramento, outra visão. Eu gosto de mudar-lhes o aspecto através de materiais não-convencionais.

Qual dos materiais que utilizaste apresentou mais dificuldades em termos de concepção?

JM: Eu usei num armário os tacos de pavimentar o chão. Reaproveitei-os, porque por norma, esse material é apenas usado nos pisos e eu achei que era mal empregue quando deixava de ser usado. Olhei-os de uma forma diferente, foi recupera-los para uma peça de mobiliário que envolve muito mais trabalho em termos de design.

Reparei que uma das tuas lâmpadas foi inspirada num skateboard, como processas as tuas ideias criativas?

JM: Não tenho um processo, acontece. Estou aberto a tudo nas diferentes áreas. Não fico muito tempo a pensar no objecto, tudo começa com uma ideia, depois sai tudo na hora. Por exemplo, desenhei a anémona, que é uma lâmpada com uma rede inspirada numa obra plástica que é uma grande rede, em Matosinhos.

Pelo que explicaste há pouco reciclas muitos materiais, é sempre um componente forte nos teus trabalhos?

JM: Eu sempre reciclo materiais nos meus desenhos, é uma das componentes do design. É engraçado encontrar formas para que aquele material não acabe. O objectivo é encontrar diferentes moldes para os reutilizar.

Como jovem designer que és, como o mercado nacional encara profissionais como tu? Ainda há uma certa resistência por parte da indústria?

JM: Estive numa empresa cerca de seis meses e verifiquei que ainda reagem mal ao design.

Mas em que sentido, não valorizam os designers nacionais é isso?

JM: Não, nos vem como uma mais-valia para a empresa. Ainda tem um olhar preconceituoso e não apostam nos nossos desenhos, não nos levam à serio, tanto é assim, que no tempo que estive nessa empresa não me pagaram.

Então como vês o teu futuro? Tens de ser independente?

JM: Primeiro tenho de ganhar alguma experiência profissional. A ideia é ir para lá fora, ter uma carreira, voltar para Portugal depois de ter feito esse caminho, criar uma marca.

Em que área?

JM: Em mobiliário.

Porque cá devido a mão-de-obra especializada?

JM: Sim, pela qualidade da mão-de-obra, pela facilidade em obter os materiais e porque é o meu país.

http://www.behance.net/JMiguel6177

1 comentário

  • Ligação de comentário Jual bibit ikan lele, domingo, 03 abril 2016 12:47 postado por Jual bibit ikan lele,

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