Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

Vamos a ahua?

Escrito por 


É uma marca de surf dedicada ao desenvolvimento de handplanes para bodysurf e alaias para o surf. Através da pesquisa e experimentação nos últimos dois anos, procurando desenvolver produtos de alta qualidade, conforto e performance, que quebrem o estabelecido e inovem, como conta o fundador deste conceito.

Como é que surgiu a ideia de criar uma marca de surf, a Ahua?
Nuno Mesquita: Comecei a interessar-me pelo tema quando vi um filme sobre as alaias, sobre as pranchas de surf havaianas. Notei que precisava de tempo, porque não tinha a experiência de trabalhar as pranchas à mão, então comecei pelas handplain, que no fundo são pequenas pranchinhas, numa escala mais pequena, comecei a faze-las, vi que começaram a ganhar graça, adquiri destreza e parti para a minha primeira alaia que correu muito mal, porque escolhi uma madeira muito má. Depois tive uma grande dificuldade em adquirir a paulowina, uma madeira adequada para as pranchas havaianas e handplains, estive vários meses à espera e decidi tentar a cortiça que é um material que esta aqui mais a mão e já tinha algumas peças com esse material. Foi esse o motor para fundar a marca Ahua


O que estas pranchas, as alaias, tem que as restantes não têm?
NM: Comecei a faze-las porque não havia ninguém a faze-las e também não podia compra-las. A mim nunca me interessou ter uma prancha de surf normal e nestas havia qualquer coisa que me chamava e ainda não sabia o que era. A alaia é uma prancha específica para um certo tipo de ondas, é fantástica, é mágico andar nelas, porque são muito mais rápidas, como não tem quilhas, que é barbatana que sê vê por debaixo, roda, é como fazer snowboard em estado líquido. É preciso ir buscar energia a outros sítios e isso cria uma relação diferente com a onda.


Referiste que a primeira alaia correu mal por causa da má escolha do material, como então fizeste a pesquisa para chegar a paulowina?
NM: Foi pela internet. O material ideal para estas pranchas é a paulowina, que é um madeira muito leve e flexível, ideal para saltar. Isto faz com que tenha um acabamento total à base de óleo de linhaça e mel, que são muito resistentes a água salgada, deixa de ter fibra de vidro, ou verniz e a prancha é muito mais ecológica. Se fosse uma outra madeira não funcionaria.

 


Mas, trata-se de uma prancha adequada para quem domina o surf?
NM: Sim, é uma prancha para um nível avançado ou para alguém com muita disponibilidade para experimentar algo novo. São pranchas fora da zona de conforto do surfista normal.

 


E encontras mercado para as alaias em Portugal? Houve muita adesão ao produto ou não?
NM: Em Portugal não há em grande escala, existe quem queira comprar e experimentar. Quem já esta relativamente saturado do surf normal e para onde se esta a dirigir e procuram outras abordagens que consigam construir uma relação mais próxima com a onda.


Agora falando das handplains porque produzi-las para bodyboard? Que trazem também de diferente?
NM: O bodyboard permite apanhar ondas com o corpo, as pranchinhas são um bom teste para a prancha, vão dar mais direcção, mais velocidade e ajudam a meter o bodysurfer na posição onde a onda tem mais força, ou seja, é possível practicar bodyboard sem as pranchinhas, com elas é 10 vezes melhor. O que me levou a produzi-las? Mais uma vez não havia no mercado e decidi voltar a practicar bodysurf e nessa pesquisa em 2010, que foi o início da Ahua, descobri as handplain e comecei por aí para ver se tinha jeito para trabalhar a madeira.


Onde é que surge a cortiça?
NM: A cortiça surgiu de uma forma mais espontânea, eu já tinha trabalhado com este material em termos de design e estava a fazer uma prancha e lembrei-me da cortiça já não sei porquê. Foi á procura desse material e arranjaram-me logo placas, comecei a experimentar, vi que funcionava muito bem e que contribuía para o handplain, era mais do que praticável.


Existem desafios em trabalhar a cortiça por ser um material um pouco duro?
NM: Não tive dificuldades, porque trabalho também com madeira.


Qual é o balanço que fazes da actividade da marca nestes 3 anos?
NM: Em 2010 começou a minha pesquisa, em 2011 no primeiro dia do ano fiz a minha primeira handplain e depois a marca teve um processo académico, em que eu e uma amiga minha que tinha acabado o curso de contabilidade ganhámos um concurso em que se chama poliempreende. Só no ano seguinte é que apresentámos a marca formalmente, entretanto perdemos o verão e só a 21 de Março de 2012 é que a introduzimos comercialmente no mercado, para todos os efeitos só temos um ano de existência. Em 2013 este verão correu bem, foi uma surpresa, não sabíamos se as pessoas adquiriam ou não as pranchas, e compraram, foi muito mais forte que o ano anterior e tem estado a aumentar, já há muita gente a fazer bodysurf e que conhecem a marca.


Quais são os teus próximos objectivos?
NM: Para o próximo ano queremos entrar nas lojas de uma forma mais visível em Lisboa e já temos pranchinhas tanto no Algarve, como no Porto. É uma rede fraca, mas espalhada e então queremos dar consistência a esse circuito nacional. Queremos organizar um minicampeonato de bodysurf, um evento-demonstração com dicas, porque já existe muita gente a practicar.

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos