Mas, trata-se de uma prancha adequada para quem domina o surf?
NM: Sim, é uma prancha para um nível avançado ou para alguém com muita disponibilidade para experimentar algo novo. São pranchas fora da zona de conforto do surfista normal.
E encontras mercado para as alaias em Portugal? Houve muita adesão ao produto ou não?
NM: Em Portugal não há em grande escala, existe quem queira comprar e experimentar. Quem já esta relativamente saturado do surf normal e para onde se esta a dirigir e procuram outras abordagens que consigam construir uma relação mais próxima com a onda.
Agora falando das handplains porque produzi-las para bodyboard? Que trazem também de diferente?
NM: O bodyboard permite apanhar ondas com o corpo, as pranchinhas são um bom teste para a prancha, vão dar mais direcção, mais velocidade e ajudam a meter o bodysurfer na posição onde a onda tem mais força, ou seja, é possível practicar bodyboard sem as pranchinhas, com elas é 10 vezes melhor. O que me levou a produzi-las? Mais uma vez não havia no mercado e decidi voltar a practicar bodysurf e nessa pesquisa em 2010, que foi o início da Ahua, descobri as handplain e comecei por aí para ver se tinha jeito para trabalhar a madeira.
Onde é que surge a cortiça?
NM: A cortiça surgiu de uma forma mais espontânea, eu já tinha trabalhado com este material em termos de design e estava a fazer uma prancha e lembrei-me da cortiça já não sei porquê. Foi á procura desse material e arranjaram-me logo placas, comecei a experimentar, vi que funcionava muito bem e que contribuía para o handplain, era mais do que praticável.
Existem desafios em trabalhar a cortiça por ser um material um pouco duro?
NM: Não tive dificuldades, porque trabalho também com madeira.
Qual é o balanço que fazes da actividade da marca nestes 3 anos?
NM: Em 2010 começou a minha pesquisa, em 2011 no primeiro dia do ano fiz a minha primeira handplain e depois a marca teve um processo académico, em que eu e uma amiga minha que tinha acabado o curso de contabilidade ganhámos um concurso em que se chama poliempreende. Só no ano seguinte é que apresentámos a marca formalmente, entretanto perdemos o verão e só a 21 de Março de 2012 é que a introduzimos comercialmente no mercado, para todos os efeitos só temos um ano de existência. Em 2013 este verão correu bem, foi uma surpresa, não sabíamos se as pessoas adquiriam ou não as pranchas, e compraram, foi muito mais forte que o ano anterior e tem estado a aumentar, já há muita gente a fazer bodysurf e que conhecem a marca.
Quais são os teus próximos objectivos?
NM: Para o próximo ano queremos entrar nas lojas de uma forma mais visível em Lisboa e já temos pranchinhas tanto no Algarve, como no Porto. É uma rede fraca, mas espalhada e então queremos dar consistência a esse circuito nacional. Queremos organizar um minicampeonato de bodysurf, um evento-demonstração com dicas, porque já existe muita gente a practicar.