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20,13 purgatório

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É um dos melhores trabalhos cinematográficos do realizador Joaquim Leitão.

Este é o segundo filme de uma trilogia sobre a guerra colonial, que começou com o “inferno”. Mais do que um retrato sobre a guerra, é uma espécie de thriller policial potenciado pela morte de um prisioneiro e um dos soldados do aquartelamento numa ocasião que deveria ter sido um feriado especial para todos, o dia de natal, tradicionalmente tempo de tréguas entre ambas as partes do conflito. Assim, os dados estão lançados e tudo pode acontecer. Gostei do filme pela sua permanente tensão psicológica que é palpável nos silêncios constrangedores entre os personagens. O trabalho dos actores contribui ainda mais para reforçar o mal-estar que se sente e que os consome, é notável nesse sentido. Contudo, defraudou pelo final demasiado anunciado. O argumento falhou nesse sentido, deveria ter sido menos óbvio quanto as relações cruzadas do filme, poderia ter potenciado outro tipo de desfecho. Embora, o tema da homossexualidade nas forças armadas portuguesas seja pungente, interessante, deveria ter sido abordado de uma forma menos óbvia, menos clara, o espectador deveria ter sido apanhado de surpresa e não foi isso que aconteceu. Outro ponto positivo que gostaria de realçar foram as cenas da batalha, por norma o cinema português, devido a sua inerente crónica de falta de financiamento, quando mostra cenários de guerra peca em termos de veracidade, este não foi o caso, o que é bom. No seu todo “20,13 purgatório” é um exemplo de cinema feito em Portugal e recuso-me a dizer o que significam os números, para isso terão de ver o filme. Bom cinema.

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