É uma adaptação para cinema de um dos livros de Agustina Bessa Luís.
A corte do norte remete-nos para a remota ilha da Madeira, nos finais do século XIX e para a enigmática existência da baronesa da Madalena do Mar que é finalmente deslindada pela sua trineta, Rosamunde. Este filme de João Botelho percorre a vida de várias mulheres da mesma família, que são encarnadas pela mesma actriz Ana Moreira. Para tal, o realizador, recorre a diversos flashbacks que culminam com o desvendar deste mistério que percorre várias gerações dos Barros. A prestação Ana Moreira neste filme é colossal, ao seu cargo estão cinco das mais importantes personagens desta longa-metragem, mas a sua interpretação não é das melhores, porque não se consegue vislumbrar diferenças marcantes entre elas, o que torna a sequência deste drama um pouco confusa. Considero que todo o peso do filme recaiu sobre as suas costas e provavelmente teria sido melhor distribuir os papéis de algumas das personagens por outras actrizes. O que mais me entusiasmou foi a direcção de fotografia de João Ribeiro. As imagens são de uma grande beleza estética, que agudizam ainda mais o pendor trágico deste filme. Outro aspecto curioso é a teatralização inerente nesta longa-metragem, os planos obedecem uma dinâmica que envolve um grande número de personagens no mesmo enquadramento, é o caso das cenas no bordel, onde Emília de Sousa é alvo do amor de João Sanha e Gaspar de Barros e nos encontros familiares de Águeda e Tristão. É um filme muito interessante no seu todo e um dos melhores do cineasta João Botelho