É um filme do realizador João Nicolau sobre piratas à portuguesa.
É o filme de piratas mais civilizado que alguma vez assisti. O inicio não o denuncia e quando finalmente a personagem principal, o nosso narrador e cantor de serviço, Manuel, o actor Manuel Mesquita, embarca na aventura deste navio inusitado povoado por supostos terrores dos mares, a minha perplexidade é ainda maior. As cenas de convívio entre a tripulação tornam a nossa noção de pirataria ainda mais subjectiva, para não dizer estranhamente omissa. A reviravolta acontece quando um dos tripulantes decidi cometer um acto de traição, que lamentavelmente também não pesquei! É um filme estranho e que só ganha uma certa acção, chamemos-lhe assim, quando os piratas decidem raptar uns turistas. O périplo que encetam para não serem descobertos e que os remete para uma quinta algures no interior do Alentejo, ainda é do mais extraordinário. Eu diria que é um filme de piratas à portuguesa, os ânimos exaltam-se, mas não muito, todos se comportam de forma cordata e educada até que alguém perde as estribeiras de forma civilizada, ou seja, fala sem ser interrompido, as cenas do cativeiro poderiam ter sido hilariantes, os fatos coloridos dos prisioneiros são impagáveis, mas acabam por não ter piada pelo ridículo! Para agravar ainda mais o nosso desconcerto, ficámos sem perceber se trata de um filme de aventura, ou uma comédia, sinceramente fiquei com essa dúvida. Por todos estes motivos, não gostei, talvez porque estou habituada a um universo mais sangrento repleto de personagens vingativas, traiçoeiras, violentas e dissimuladas que caracterizam os piratas do cinema. Bom cinema!