É um documentário de 2006 dirigido por João Dias
As operações do SAAL(serviço de apoio de ambulatório local) foi um serviço de apoio técnico às populações mais carenciadas que viviam em bairros da lata e barracas, que promovia a construção de fogos de habitação desenvolvidos por equipas de arquictetos e engenheiros, que posteriormente eram construídos pelos próprios populares. Esta iniciativa revolucionária, surge no primeiro governo provisório, pós-25 de Abril, delineado pelo então Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, o arquitecto Nuno Portas. O documentário explica todo o processo do SAAL, através dos seus vários intervenientes, desde os arquitectos, os engenheiros, aos moradores e os políticos, todos explicam, do seu ponto de vista pessoal, o impacto que esta iniciativa, inédita em toda a Europa, teve nas suas vidas. É um relato muito interessante, porque foca vários aspectos secundários, mas não menos importantes, deste período da história portuguesa, as reuniões populares onde todos podiam falar publicamente sem medo de represálias, o papel mais interventivo das mulheres na sociedade e um certo caos inerente a uma nova sociedade que estava em construção. É um excelente exemplo de como a união faz a força literalmente, embora, e mais uma vez, de como as constantes lutas pelo poder e os interesses instalados "ajudaram" a interromper o SAAL definitivamente. O director traça, em termos temporais, as várias etapas deste processo e faz um percorrido por alguns dos projectos mais bem sucedidos até a actualidade, e nesse percurso deixa muitas questões ainda por responder. Ao meu ver, é um documento importante para as actuais e futuras gerações de portugueses, porque retrata todo um projecto de habitação social inovador, que na maioria dos casos foi muito bem sucedido. Bom cinema!