É uma longa-metragem que fala de amor, monotonia e amizade, realizado por Sérgio Graciano.
Gosto de filmes portugueses, mas nem todos. Este é um dos que gostei de ter visto este ano. É o novo cinema português, com um argumento consistente e actores à altura do desafio. Parece piroso mas é verdade, gostei da forma como deram ênfase ao trabalho de actores, uma nova geração de artistas com créditos firmados no panorama artístico nacional, gostei como filmou os seus rostos, as suas expressões faciais e acima de tudo gostei do argumento. Esse é o seu ponto forte. O texto é corrido, ligeiro e reflete o universo actual da semântica portuguesa, vai também ao encontro das angústias, dúvidas e dos dilemas de uma nova geração de portugueses. A sua única fragilidade porventura é não ter um desfecho propriamente dito, ou seja, não há uma final romântico, ou moral, ou amoral. Se tal deveria ter acontecido? Não creio que seja condição principal haver sempre um final previsível, ou desejável num filme. O cinema também é isto, um espelho, sem o ser. Desejam um final à Hollywood? Temos pena! Digamos que este “assim, assim” é um emaranhado de pequenas histórias, que se contam na primeira pessoa, ou na segunda e que reflectem o nosso quotidiano quando falámos de nós próprios, ou dos outros. É um filme que também é reflexo de uma estética muito televisiva, já que, o argumentista provém desse universo e isso nota-se na forma como escreve. Por isso gostei do filme. Porventura necessitava de melhorias, talvez. Mas, no geral gostei muito dessa visão quase urbana do amor, das relações e da amizade. É uma comédia romântica, sem o ser, assim, assim. Vejam e depois digam alguma coisa. Bom cinema.