É a aventura de dois amigos, que decidem escrever sobre um homicídio ficcionado, ou julgavam eles, com consequências imprevisíveis.
O mistério da estrada de Sintra é um duelo literário escrito á quatro mãos, de um lado a pena do genial Eça de Queirós e do outro a escrita inquietante de Ramalho Urtigão. O filme é a história ficcionada desse evento real que teve lugar no verão de 1870. Um desafio que acaba por influenciar a vida de ambos os escritores de forma muita inesperada. Esta longa-metragem de Jorge Paixão da Costa é excelente. Gostei da forma como o realizador intercala à acção, como se fossem capítulos, a forma como é-nos dado a conhecer a vivência mundana de ambos os escritores e como a trama do folhetim evolui, à medida que a vida dos seus criadores se complica. O argumento é muito bom, porque cria a cadência certa que culmina com grandes momentos de suspense, salpicados por uma história de amor amaldiçoada, muito ao gosto do romantismo da época e que foi integrado e bem pelos argumentistas. O enquadramento histórico é muito interessante, porque estamos perante uma sociedade industrial, o surgimento da burguesia está patente nesta película e já agora bem caracterizado. O elenco de luxo reforça a qualidade deste filme, de um modo geral, no seu todo são maravilhosos.