Nuno Santos é um jovem promessa do cinema português, que já realizou três curtas-metragens de grande qualidade.
Gosto muito de cinema é um facto. Tento mostrar o que de melhor se faz ao nível nacional, esse é outro facto irrefutável. E como não há duas sem três, gosto de contrariar a ideia peregrina de que o cinema português é uma seca, terceiro facto. Por isso cá vai mais um texto. Desta vez vou falar de um jovem cineasta, Nuno Rocha, que já demonstra ser um sério talento da cinematografia lusa. Até o momento este jovem realizador só tem conseguido produzir pequenas curtas-metragens que demonstram já uma grande capacidade narrativa com um sentido de humor muito requintado. Falo do filme “3X3” que sem necessitar, ou recorrer ao diálogo, encena magnificamente o confronto entre duas personagens. É do tipo de cinema que nos remete passado, aos filmes mudos que, numa linguagem não-verbal enfatizavam os grandes momentos mais dramáticos e significativos da narrativa com as interpretações muito físicas dos seus actores. Este é um desses casos. Numa altura em que os filmes sem som voltaram as luzes da ribalta, este filme sem grandes subterfúgios contam-no a história de dois homens, com personalidades totalmente distintas que decidem enfrentar-se. É hilariante! O outro projecto, que também gostei muito, surge de um desafio da LG, a marca, intitulada “ a vida é boa”. A interpretação que Nuno Santos faz desta temática, é também um excelente exercício cinematográfico. Não recorre, mais uma vez, a qualquer tipo de argumento escrito, que aliás diga-se de passagem, é prescindível. A narrativa desliza suavemente na sua aparente simplicidade. Os motivos que levam a personagem até as ruas acaba por ser supérfluo perante uma história emocionante e muito bem interpretada pelo conjunto de actores. Quanto ao projecto “Vicky and Sam” ainda não tive a oportunidade de vê-lo na íntegra, o que lamento, mas fica para a próxima. Contudo deixo o site deste jovem realizador, no final do texto, para que avaliem por si mesmos. Bom cinema!