Mais um filme de grande qualidade de um jovem cineasta português.
O filme de Rafael Antunes Martins aborda um facto histórico, crucial para os acontecimentos que antecederam à implantação da república no nosso país, que foi o assassinato de Miguel Bombarda perpetuado por Pedro Melo, um monárquico, que assumiu a identidade do tenente Aparício dos Santos. É uma curta-metragem de época, que demonstra mais uma vez, a grande qualidade de uma nova geração de jovens realizadores que estão a surgir no panorama do cinema português, sob a alçada da universidade Lusófona. É um filme maduro, tendo em consideração que se trata do primeiro projecto de Rafael Martins, o argumento é consistente e sucinto, ou seja, não há falas supérfluas, estão todas enquadradas no contexto do filme. Os planos também obedecem a um plano rigoroso, não há pontas soltas e o final desta curta-metragem é de uma grande beleza estética. Aproveito ainda este espaço para homenagear os actores nacionais, que participam nestes pequenos projectos de final de curso, com baixo orçamento, louvando a sua entrega e profissionalismo, como aliás é amplamente visível neste tenente. O elenco é de luxo. Adriano Carvalho, João Perry e Rui Mendes conferem uma grande densidade as personagens, mesmo tratando-se de uma curta-metragem. Por isso aconselho -o vivamente e espero que Rafael Antunes Martins nos brinde com mais projectos cinematográficos num futuro muito próximo. Bom cinema!
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