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Raíz

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É um curta-metragem de15 minutos, escrita e realizada por César Schofield Cardoso. Não é, nas palavras de Filintio Elísio Correia e Silva, um filme muito cosmopolita, é enraízado, performático que fala das coisas essênciais do homem cabo-verdiano, o não ser um país muito verde e ter uma natureza muito agreste e difícil. Então, aborda o homem em luta com esta natureza, nesta porta com África, que tem a música africana e uma cultura europeia trazida pela religião.

O que te levou a escrever um script para um filme sem falas?
César Schofield Cardoso: Eu devo enquadrar este projecto, comecei como fotográfo e durante muito tempo só fiz fotografia, que é um acto de falar só com a imagem. Quando comecei a fazer filmes transportei essa maneira, essa linguagem puramente visual, o "raíz" foi feito dessa forma. Também me intriga muito o povo cabo-verdiano, de como se aguenta, somos um país que tem longos períodos de seca, diria mesmo que é intensa, há populações que vivem de forma muito dura e pergunto-me como este povo sobreviveu este tempo todo. Intriga-me muito essa convivência, que não é muito pacífica, entre as várias culturas. Portannto, o filme tem esses elementos, para além de uma natureza que é muito poderosa, até visualmente e dessas culturas que estão em permanente choque, em diálogo, em reconstrução, é um universo que me define muito como cabo-verdiano. É das coisas que mais observo na minha própria terra, é um tema que é-me muito caro.

Falas do choque cultural, mas há outro entre a natureza e a religião?
CSC: Sim, eu devo dizer que todas as religiões me intrigam, mas em particular, o catolicismo. Interessa-me a culpa, de sermos pecadores, somos culpados, devemos sofrer, resignar-nos, não é? Entáo trago isso, eu coloco essa questão em confronto com o batuque, que veio directamente de África e que representa o vigor da luta, da não resignação, são esses os elementos que coloquei em discurso.

O elemento da seca é colocado em oposição à água, no princípio e no fim do filme, porquê?
CSC: O cinema é uma linguagem e usámos os nossos elementos e truques. Falar da seca com o som da água torna particularmente mais violenta essa condição, por acaso é um aspecto que salta muito à vista no filme e que as pessoas comentam imenso e resulta, porque os espectadores ficam incomodados, aquela água aparece como que a gozar, não é? (risos)

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