O sucesso desta disciplina não resulta de um grande pessimismo dos portugueses?
CA: Sim, os portugueses são pessimistas, alguns, encontro muitos, mas não é preciso ser-se pessimista para que a programação neuro linguística resulte. Agora, como país atravessámos uma fase em que as pessoas estão mais amedrontadas e há se calhar bloqueios e convicções negativas para ultrapassar, contudo, a PNL tem excelentes resultados em quem é optimista e proactivo, porque focaliza as pessoas naquilo que desejam melhorar nas suas vidas. Em termos de flexibilidade mental, ajuda a definir um objectivo que se pretende atingir, por exemplo, na nossa vida insistimos sempre em fazer as coisas de uma determinada maneira, até na nossa vida pessoal, nos casamentos as pessoas mudam de parceiro para outros que são parecidos com o anterior. Nós, seres humanos, temos a tendência de fazer as coisas da mesma maneira. A programação neuro linguística alerta-nos para essa questão e retira-nos do piloto automático e ajuda a criar a consciência do que se esta a fazer e porque se esta a fazer para que possamos em consciência escolher o melhor caminho para nós, isto do ponto de vista pessoal tem um impacto brutal.
Nas empresas como é que isso funciona?
CA: Nas empresas funciona na melhoria do alinhamento das relações entre as pessoas. Repare, a PNL debruça-se particularmente na área da comunicação, nas equipas há pessoas diferentes, com diferentes objectivos, tem formas de estar diferentes e serve para esse grupo se harmonize sendo eles próprios. Leva-os a perceber que todos tem um registo pessoal e legitimo e há formas de nos relacionarmos mais flexíveis, com uma maior capacidade de integração do outro, isto para as organizações é extremamente interessante. Depois actua ao nível da descoberta, do que nos motiva. O grande problema, neste momento, em Portugal é que as pessoas estão profundamente tristes, desmotivadas e em baixa forma, sem recursos internos como dizemos na PNL, se elas se apercebem desta condição interna, é mais fácil que se consigam reprogramar para outro estado de espirito. E portanto, desde a melhoria da liderança, alinhamento das equipes, estabelecimento de objectivos grupais, redução de conflito e aumento da pró-actividade são tudo áreas que permitem que as pessoas se harmonizem primeiro com elas próprias e depois com quem elas trabalham. Eu dou imensos cursos de vendas e de atendimento ao balcão, se as pessoas souberem conforme como o cliente se expressa quais são as suas necessidades é mais fácil construir um argumento eficaz. O PNL também possui uma componente pedagógica, já que também realizo acções de formação junto dos professores, como é cada um de nós aprende? Onde esta o nosso foco de atenção? De que forma aprendemos os estímulos da realidade? Isto resulta em pessoas que aprendem de formas diferentes, ao dotarmos os formadores, ou os professores de conhecimentos específicos sobre os diferentes alunos que tem, estes podem ser estimulados e isso aumenta exponencialmente os resultados.
Outra das vertentes do seu percurso profissional é o projecto hugg’s. De que se trata?
CA: Isso é uma brincadeira, eu sou certificada também em coaching e temos uma sigla que é “huge unbelievable great goals” em português seria, “objectivos incrivelmente grandes” , nos em neuro linguística dizemos objectivos atraentes, hugg’s também quer dizer abraço. Eu tenho um projecto de desenvolvimento pessoal e de melhoria das pessoas, por isso, criei essa sigla para um projecto em que dou um conjunto de cursos ligados as comunicações, com desenvolvimento pessoal, de autogestão, abraço no sentido da integração das pessoas, da melhoria pessoal.
A colmeia de projectos é uma extensão desse trabalho?
CA: É diferente. Eu possuo um espaço que as vezes não utilizo porque estou a dar formações e como as instalações, modéstia à parte, estão muito bonitas e acolhedoras, eu cedo essa área para que se façam workshops, seminários ou palestras que tenham valor acrescentado em termos de valorização pessoal através de acções pontuais, que não são dinamizadas necessariamente por mim. Só há uma condição tem que ser áreas de valorização humana. É a integração de várias componentes no mesmo espaço, para que as pessoas possam ser mais felizes, possam atingir os seus objectivos e para que possam viver de forma mais harmoniosa. Acredito que as pessoas melhoram de dentro para fora e não acredito do “fast food” do desenvolvimento pessoal. Tudo tem o seu tempo.