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A tia lhú

Escrito por 

Luísa Nunes nasceu na ilha da Terceira. Dela trouxe as memórias açucaradas, os sabores da terra e do mar e decidiu criar um conceito que nos remete para a culinária açoriana, para a riqueza dos seus paladares mais tradicionais, que pode provar na cidade do Porto, na loja número 27, no centro comercial Bombarda.

Como é que surge a ideia da tia Lhú?

Luísa Nunes: A ideia da tia Lhú surgiu devido ao que se passa hoje em dia, jovens formados sem emprego e tens de criar uma alternativa. Sempre cozinhei desde cedo e os amigos desafiaram-me a faze-lo comercialmente. Comecei com uma brincadeira na internet, um blog, daí passámos para as feiras de ruas, tive imensa aceitação e o último passo foi a loja. Sou arquitecta de profissão, mas inevitavelmente temos uma veia para a culinária, é incrível, não sei porquê. Se calhar porque é um meio artístico também, podes criar na cozinha.

Explica-me o conceito.

LN: A tia Lhú são memórias de infância com base na doçaria tradicional açoriana. Pego nas receitas da minha avó, da minha mãe e das minhas tias e a partir delas vou buscar os sabores que estavam perdidos e dar as pessoas um produto com qualidade. Bom.

Mas, fizestes então uma espécie de pesquisa.

LN: Exactamente foi à procura das receitas que elas tinham guardado em casa, falei com pessoas profissionais, ou seja, que trabalham nesta área e daí que foi buscar a base para trabalhar.

Trabalhaste ao princípio em casa.

LN: Certo, a ideia é ter um produto artesanal, ter um público-alvo, que é alguém que aprecia um produto diferente e manter um nível não industrial. O nosso objectivo é ter uma produção artesanal de forma a garantir a qualidade.

Uma das vertentes da tia Lhú são os jantares gourmet, que fazem gala da gastronomia açoriana.

LN: Da gastronomia açoriana e não só. Nesse campo divergimos um pouco. A pessoa quer fazer um jantar em casa com os amigos, faz anos e não tem uma oferta de boa qualidade, aí entrámos nós, a ideia é essa. Oferecemos uma refeição de carne ou peixe, com base de gastronomia açoriana e temos tido muito sucesso. É quase como levar a comida da mãe á casa da pessoa. Fazemos neste momento cinco jantares por mês e há um máximo de 25 pessoas. Mais do que isso não fazemos, porque saímos da nossa zona de conforto, que é a comida caseira.

Em relação as receitas para os jantares onde as fostes buscar?

LN: Muitas aprendi com a minha mãe, portanto já eu as fazia, já as cozinhava desde pequenina. Há um produto da tia Lhú que tem feito muito sucesso, são os caramelos, que são feitos de leite e açúcar e que eu fazia com a minha avó. Ela já faleceu. O facto é que as pessoas deliram com estes doces, porque desfazem-se na boca, não tem aditivos, ou conservantes e é diferente.

Qual é o vosso próximo objectivo?

LN: Vamos trabalhar com o Peter Café, que é originalmente dos Açores, e tem agora um espaço no Porto. Eles abordaram várias equipas de profissionais, entrevistaram-nos porque conheciam os nossos produtos e obviamente que ficaram interessados que fossemos nós, porque sou açoriana e o meu sócio tem quase uma costela também açoriana inevitavelmente. Vou manter a loja com a doçaria exclusiva e no Peter Café vamos ter a parte de cozinha com petiscos açorianos, as lapas, a alcatra e os torresmos pequeninos. O objectivo é ser diferente da oferta do café original da ilha do Faial.

http://facebook.com/tialhú

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