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O catalizador

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Cowork Fx refere-se à partilha de um espaço de trabalho entre freelancers, trabalhadores independentes e micro e pequenas empresas. Um conceito que proporciona um local de trabalho, troca de ideias e uma comunidade aos profissionais que normalmente trabalham sozinhos. Uma ideia inovadora transportada para à Madeira pelo jovem empreendedor André Loja.

O que te levou a introduzir o sistema cowork no Funchal?
André Loja: A ideia não é original, já existem outros espaços espalhados pelo país e pelo mundo.

Mas, o que te levou em particular a trazer o conceito para à Madeira?
AL: Foi muito simples, eu trabalho em audiovisuais, sou realizador que não tem nada a ver com esta faceta de empresário, nem de empreendedor, mas numa dessas pesquisas normais na internet dei de caras com o conceito que achei giríssimo. E a ideia ficou na minha cabeça. Uns meses depois foi até Lisboa, por acaso, e visitei um espaço chamado cowork Lisboa, na Lx Factory, e fiquei apaixonado. Gostei da dinâmica, das pessoas, das empresas novas, das pessoas a trabalhar em conjunto e o conceito de open space. Falei com Fernando Mendes e a Ana Dias que são os responsáveis e nesse dia decidi que iria trazer o cowork até o Funchal. Foi há mais de dois anos, não sei o dia, porque não marquei no calendário.


Como é passaste da ideia para a acção? A escolha do edifício e a localização?
AL: Entretanto, eu comecei a investigar possíveis locais para implantar o cowork Funchal e procurei pesquisar que tipos de espaços eram necessários em termos físicos e financeiros. Comecei a pensar mais no projecto, porque até lá eu só gostava da ideia. E o grande problema foi descobrir um espaço central. A grande dificuldade residiu em encontrar o edifício que pretendia com as áreas desejadas e a um preço razoável. Daí ter demorado tanto tempo em encontra-lo, quando o espaço já estava definido, era um pouco mais longe, no final da Rua da Carreira, já tinha contrato assinado e tudo, os antigos donos deste espaço, era anteriormente uma clinica, contactaram-me, como gostavam do projecto convidaram-me para ver o edifício e eu fiquei logo apaixonado. Eles são os meus sócios hoje em dia e abrimos este projecto em conjunto, se bem que sou eu que faço a gestão.


Quais são os maiores desafios que enfrentas, depois de ultrapassada a questão do espaço?
AL: Bem, algumas burocracias que são sempre complicadas, em termos de obras. São questões tipicamente portuguesas que não ajudam muito. Hoje em dia a maior dificuldade reside em explicar um conceito onde quase ninguém nesta cidade consegue entende-lo.

Mas, o que é que as pessoas não entendem?
AL: As pessoas não conhecem bem o conceito, a ideia não é falar mal dos Funchalenses, já que, coworking não é uma palavra que faça parte do vocabulário diário. Eu tenho quase que o soletrar e quando digo trabalho colaborativo as pessoas ficam assustadas e pensam que vão trabalhar com outras, o que não é o caso. Custa-me fazer entender o que é um cowork, que tem zonas de trabalho, áreas comuns, onde podem coexistir vários profissionais de diferentes áreas, mas não quer dizer que tenham de trabalhar em conjunto. As pessoas também ficam assustadas com a ideia dos outros verem o que estão a fazer e não há uma mentalidade aberta nesse sentido.


Agora, quais são os objectivos que traçaste para o cowork funchal?
AL: Os objectivos imediatos são atrair o maior número de pessoas possíveis, micro empresas e trabalhadores independentes, já temos alguns felizmente. Mas, necessitámos de mais para começar a dinâmica que pretendemos. Depois, lentamente, queremos apostar nos workshops, seminários e exposições. Numa segunda fase, ambicionámos abrir uma loja no rés-do-chão, que é uma loja colaborativa, onde as pessoas vão poder vender produtos da Madeira, ou feitos por madeirenses. Queremos implementar a parte incubadora, estamos a dar largos passos nesse sentido, ou seja, com a parceria da Câmara Municipal do Funchal, de bancos e outros organismos pretendemos apoiar as "start ups", através de concursos de ideias, que venham para cá e tenham um programa e apoios com gestores bem posicionados para dar os seus conselhos e que ajudem a formar essas empresas.

Explica resumidamente o que é o sistema cowork?
AL: É no fundo um espaço de trabalho partilhado, para um trabalhador independente, ou alguém que trabalha para uma empresa, mas não necessita de estar fisicamente na sede, ou ainda, uma microempresa. Tem o seu local de trabalho, como no caso de uma grande empresa, com a sua mesa, uma sala de reuniões, uma sala multiusos, uma copa onde pode almoçar, tem uma área com equipamentos, ou seja, não necessita de investir em máquinas pode usar os nossos serviços, vamos ter em breve uma plotter para os arquitectos. É um espaço que cria determinadas condições a um preço acessível e para as pessoas terem um local de trabalho. Ao mesmo tempo, tem uma grande flexibilidade que não existe num escritório funcional, porque esta tudo incluído, a internet, a água, a luz e as limpezas. Para além disso, não se tem preocupar com contractos, podem vir uma semana, um mês, um ano, ou trabalhar sozinhos num dia e ter um colaborar no mês seguinte. Há muita maleabilidade que permite as pessoas não terem que se preocupar com aspectos mais redundantes de um escritório, nós preocupámo-nos com isso, tem de se preocupar sim em fazer contactos e conhecer novas pessoas.

http://www.coworkfunchal.com/

 

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