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O festival do drama e do riso

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São dez dias de teatro para todas as idades e para todos os tipos de público. Com um programa ambicioso, o grupo de teatro experimental da Camacha pretende fazer a festa das artes cénicas. Um festival único no género ao nível nacional e que dá a conhecer o que de melhor se faz no nosso país. Apareça.

Esta terceira edição do “amo-te teatro” expandiu-se. Porque decidiram tomar essa decisão no terceiro ano?

Sara Branco: Nós vamos crescendo aos poucos. No primeiro ano tivemos cinco grupos, dinamizámos um do continente e quatro locais. O ano passado tivemos 14 agrupamentos, sendo quatro de fora e os restantes de cá. Nesta edição temos 18 grupos e assim vamos crescendo aos poucos. Da mesma maneira que as pessoas vêm até o teatro e este evento vai-se expandindo, nós também queremos propagar este festival à região. E eventualmente até a Europa. O objectivo é crescer em quantidade, qualidade e espaço.

Na edição anterior um das apostas foi mostrar um teatro não convencional. Continuam com essa vertente?

SB: Tivemos imenso sucesso com esse tipo de escolhas. O público aparece. Houve um grupo que apresentou um misto de água, imagens e luz e tivemos casa cheia. O teatro não é apenas peças de teatro. O artista é uma combinação de vários factores, ele pode não fazer nada, ser apenas uma estátua, mas está ali de frente para um público, ou esta misturada entre as pessoas. O ser artista tem muitas vertentes e a arte performativa e não se trata apenas de algumas pessoas em cima do palco, pode ter pintura, música e tudo isto resulta em criatividade. É um pouco de tudo que queremos mostrar neste festival.

Nas edições anteriores notaram que o público provinha de outras localidades para assistir aos espectáculos?

SB: Sim, foi uma grande aposta e esse é outro motivo de regozijo para a organização. O público não é apenas da Camacha, embora a população local seja fidelíssima, isso temos de dize-lo. Mas, as pessoas vêm do Funchal, do Caniço, Machico, de outros concelhos, e acabam por ser fiéis aos nossos espectáculos. Nos primeiros dias, aparecem os locais e nos restantes nota-se que vêm de fora. A palavra passa e as pessoas são sensíveis ao teatro.

Em termos de programa o que mudou?

Carina Teixeira: Em termos de programa, como já referimos, são grupos diferentes. Vamos variando consoante os que vêm de fora. Principalmente tentámos apostar em agrupamentos cada vez maiores, ou que tem espectáculos mais peculiares. Neste ano, temos a presença da Comuna, teatro pesquisa, que traz a peça “design por living”. O que pretendemos é apresentar grupos cada vez mais alternativos. Este ano, o programa é diferente num aspecto, temos mais espectáculos de performance. Há uma noite alternativa que será realizada na Camacha, na cave do restaurante o cesto, é uma tentativa de chamar os mais jovens para verem teatro. Esta mostra aposta na expressão corporal, na arte visual e é da autoria do grupo Inestética. Nesse mesmo dia, a Taciana Gouveia irá mostrar body painting e artwork. Temos também os “curta teatrais” que no fundo, mostram um trabalho de música e repercussão. Isto para frisar como já foi dito anteriormente, que o teatro não acontece só no palco. É uma mistura, de música, com declamação, com poesia e com a pintura. É um trabalho de criação. O artista reinventa-se, como alguém já referiu. Acho que diz tudo. Este ano decidimos alargar mais um pouco, inclusive, temos a participação da “Casa da esquina” que teve presente o ano passado e que trazem um grupo galego. Isso é uma mais-valia para nós. O que se pretende? Não é só dar visibilidade aos grupos que vêm de fora, muitas vezes é isso que se pensa, que só o que é de fora é que é bom, não, queremos criar canais de comunicação, de troca de ideias e que os artistas possam ir lá fora e os de fora venham para dentro conhecer o nosso trabalho. Apostámos muito na interacção entre as pessoas e todo o backstage em que os artistas regionais e os de fora possam estabelecer laços. Se passar a palavra que somos tão bons como os outros, isso é muito bom em termos regionais.

O público do “amo-te teatro” já conquistaram. Como conseguiram convencer as autoridades para apoiar um festival de teatro?

SB: É importante apresentar um projecto fidedigno, acho que deve ser o primeiro passo que devemos dar. Tem de ser algo com qualidade e estruturado, porque se não está pensado e não tem objectivos claros, tudo se perde. A primeira regra é apresentar um projecto com qualidade, exequível e que mostre que temos vontade de trabalhar. Não podemos ficar à espera que as coisas nos caiam no colo. Temos de movermos, de ser pró-activos e meter mãos à obra. Os apoios aparecem das mais variadas formas, não sendo apenas de índole monetária, como seja, o ceder de instalações, apoios no transporte.

http://www.casapovocamacha.pt/

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