Começou na televisão, num papel muito forte, havia até uma cena marcante com o Vírgilio Castelo e olhando esses anos para atrás, tendo em conta essa telenovela onde se estreeou muito jovem, o que pensa?
PT: Passou pressa demais. É tudo muito rápido. Temos que aproveitar tudo o que a vida nos dá e aproveitar da melhor maneira, esse foi sempre o meu objectivo.
Então como prepara as personagens?
PT: Depende, há pesquisa, umas personagens dão-me mais trabalho que outras, ou vão surgindo naturalmente, não há um esquema montado.
Há algum destes papéis que tenha sido mais marcante, referiu que tem personagens em que é mais difícil despir a pele.
PT: Não. Todas elas foram marcantes, não nesse sentido que me tenham feito mal, ou deixado deprimida, nunca.
E no ponto em que se encontra ao nível profissional e com a maturidade que possui, quais as personagens que gostaria de fazer?
PT: Não tenho esse objectivo. Quero fazer todas as que me convidarem e que forem surgindo, não tenho nenhuma a quem gostaria emprestar mais o corpo e alma, aprendo com o que for e com todas elas.
De todas as áreas onde se move, onde se sente mais actriz?
PT: No teatro, é o mais completo. A pessoa esta inteira, no todo, é uma área que exige essa entrega, o espectador olha para ti enquanto uma figura, há essa fisicalidade, o corpo e a voz, tudo tem de lá estar, se calhar é mais estimulante. Bem, não, eu gosto de todas as áreas, não tenho preferência, nem grande, nem pequena.
Como já referi começou na televisão muito jovem, como olha para a ficção portuguesa?
PT: Cheia de talento e muita gente nova a aparecer o que é óptimo.
Mas, acha que houve uma evolução mesmo em termos da escrita?
PT: Claro, escrita e tudo.
Criticam-se mais os argumentos pela falta de coerência em termos de núcleos de personagens. Daí o êxito do “meu amor”, pelos diferentes grupos.
PT: Todos estámos a evoluir e a escrita tem ainda um espaço para crescer muito.
E para os actores o que nota?
PT: Noto que somos um país cheio de talento e que esta em todas as idades e enquanto puderem fazer mais, mais ricos se tornarão como actores.
Fala-se também de uma geração que é usada e jogada fora logo a seguir, jovens quase sem formação.
PT: São caminhos. Eu não sou ninguém para julgar quem quer que seja, se esses são os percursos dessas pessoas, porque não há-de percorre-los? Agora, há que ter consciência que se calhar a estrada é mais curta, não é longa, mas continuo a achar que devem aproveitar as oportunidades que surgem, não sou contra, muito pelo contrário.
Como actriz o que lhe falta ainda percorrer?
PT: Tudo. Ainda muita coisa, uma vida pela frente. Eu trabalho e ainda bem, esse é o meu objectivo. Gosto de aprender, sinto que as personagens que tenho conhecido ao longo deste tempo são muito diferentes uma das outras, tenho a certeza que tenho muito ainda por fazer, sem dúvida.
Tem um novo projecto na manga?
PT: Estamos a montar um espectáculo com a Célia Careca, exactamente. Estará em itinerância por todo o Portugal.
Surge por causa do sucesso da personagem?
PT: Sim, a personagem foi muito bem recebida por parte do público, ela já existia na televisão interpretada pelo João Paulo, mas no cinema fui eu que lhe dei o corpo e correu muito bem, foi mesmo muito bom.
http://www.elitelisbon.com/pt/all-models/actors/feminino/patricia-tavares