Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Os fabricantes de ideias

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A confederação núcleo de investigação teatral é uma associação cultural e recreativa com várias áreas de intervenção que visa um outro olhar sobre a cultura portuguesa e não só. É sobretudo um veículo de cidadania, desde 2009, e que pretende criar uma massa critica atenta através do universo das artes.

Em que contexto surge a confederação? Quando e como foi criada e os seus objectivos como entidade cultural?

Miguel Ramos: Não lhe sei dizer se a Confederação tem contexto de aparecimento. Há um surgimento gradual acompanhado de uma feitura constante, que nos tem ajudado a perceber o que realmente nos interessa enquanto cidadãos.

A Confederação tem várias vertentes artísticas, teatro, música e cinema, como é que todos estes vectores se conjugam? Sob a forma de espectáculos? Ou apenas na formação?

MR: Temos uma equipa plural, o que faz com que tenhamos constantemente que pisar caminhos que não trilhamos antes. Forçar novos pontos de vista, para que de algum modo possamos sair transformados a cada passo que damos. Se o contexto criador ou de feituras novas pretende uma transformação no individuo que experimenta, entendemos que o experimentado deverá ser transformado também. Deste modo torna-se mais justa e generosa.

Qual é o balanço que faz da actividade da confederação desde que esta à frente do destino desta instituição? Os pontos positivos e negativos, caso houver.

MR: Acho engraçado falar em instituição. Eu não sei bem o que é a Confederação, ainda. Para mim, tem sido uma escola tremenda. Sinto que cada dia é um exame sem números clausus.

Uma das vossas apostas é o cinema de autor, sentem que havia uma lacuna nesta área daí organizarem vários ciclos de cinema?

MR: Eticamente é o cinema que mais nos interessa. Isto seguindo o que entendo por cinema de autor. Na verdade a nossa aposta é o cinema Português, porque gostamos do cinema Português. O cinema nacional é autoral.

O teatro, sendo outro dos vectores da confederação, procura veicular novos autores, novas cenografias e formas de encenação, porquê? Ou não?

MR:O Teatro é-me coisa muito difícil de falar. É um parto para mim, de uma dureza imensa. Demorado, calculado. Eu amo o Teatro. E o Teatro é coisa de suma importância. A História diz-nos isso. Estou certo? Procurar o novo, aquilo que seja novo para nós… é como a surpresa constante. Queremos ser felizes a pensar o Teatro, e quando nos surpreendem, nós de algum modo experimentamos algo cá nos fundos, que nos transforma, mesmo que momentaneamente. É esse ponto que nós queremos. Ser surpreendidos pelos outros, e ao exigir isso desses mesmos outros, queremos também cumprir essas surpresas

Quem é o vosso público? O facto de estarem localizados numa das zonas histórias da cidade do Porto tem algum peso nessa matéria?

MR: Ontem estreamos o nosso novo filme “Lenda de Miragaya” e ficamos tremendos, pois a casa estava cheia, com um público inteligentíssimo, com opinião, com pensamento, com vivências… mas plural nas suas origens, motivações etc. Público-alvo não temos, na verdade é coisa em que não acredito de todo. Eu não gosto de público, eu gosto daqueles que Augusto Boal definiu tão bem, gosto de espectatores.

Foram um dos parceiros do Manobras, o que retiram desta experiência de dois anos?

MR:A bem da verdade o Manobras não nos veio alterar muito o movimento, pois nós já cá estávamos, e de todo o modo continuamos na caminhada. A equipa do Manobras teve imenso respeito por isso, e aliaram-se a nós de modo a potenciarem ainda mais o percurso feito em Miragaia.

Fala-me um pouco daprograma que tem agendado para 2013.

MR: Eu não sei se Portugal temos para 2013. Queremos deixar tudo em aberto, para uma luta que se quer urgente. Vamos continuar a pensar-nos e a agir-nos. Vai ser um ano desgarrado. Existem coisas em mente que vamos fazer, mas como isso é um trabalho de grupo, eu não me sinto na legitimidade de abrir o jogo agora.

Qual o futuro da confederação?

MR: Temos saudades dele. Por isso corremos para não o deixar fugir. Eu acredito no futuro. O sol vai nascer igual a ontem, o resto depende de nós, cidadãos, acreditarmos que fazemos parte desse futuro.

www.confederação.pt.vu

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