Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Os upalalas

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É uma rádio online feita pelo Nuno, o Élson, o Mané, o Noel e muitos mais para um mundo global que fala português. São todos muito jovens, simpáticos, bonitos e cheios de garra que procuram levar até si uma emissão verdadeiramente especial. São profissionais que criam conteúdos inovadores para manter as audiências fidelizadas e garantir o sonho de um projeto que não querem deixar morrer.

Como escolheram o nome?

Nuno Timóteo: É quase um segredo. É uma história engraçada, mas não podemos divulgar. O que interessa é que chame a atenção e fique no ouvido.

Como começou a rádio?

NT: Começou comigo e com o Élson. Eu estava no Porto FM e o Élson era um ouvinte que depois começou a trabalhar como designer na parte dos programas. Mais tarde, descobrimos que erámos ambos da Madeira começámos então a falar via net. A rádio Upalala começou sem nos conhecermos pessoalmente, não tínhamos meio de transporte para nos podermos reunir. A primeira vez que nós vimos até, eu estava embriagado. O Élson tinha criado um blog chamado Upalala e chamou-me à atenção, porque era sobre um exame que estava a demorar muito tempo e aí surgiu a ideia da rádio. Saí do Porto FM para dar início a este projeto, a primeira edição aconteceu no dia 4 de Dezembro de 2008 e o site veio depois.

Quem são os vossos ouvintes, pelo que me apercebi são muito interactivos?

NT: Aqui na Madeira pode ir dos 14 anos até os 25 anos. Se for na Inglaterra, ou outro país são mais velhos, porque na sua maioria são emigrantes. Desde a África do Sul, Angola e Brasil. Nos conseguimos ver através da nossa estatística e existe algum contacto através do chat.
EP: Temos muitos brasileiros a ouvir-nos, mas a maioria é de Inglaterra. O site é em português e ouvem na mesma.
NT: Aconteceu-me em Julho uma situação caricata, um colega meu que já não via há anos começou a ouvir-me, não me reconheceu pela voz e acabou por descobrir o meu nome na nossa página da web. Começámos então a falar de novo e ele disse-me que ouvia a rádio já há algum tempo e que tinha um bar e punha a rádio a emitir para os ingleses ouvirem.

Mas, como é funciona tudo isto, cada um tem uma mesa de mistura em casa é isso?

Élson Ponte: Nem é preciso isso. Nós fazemos a emissão a partir de casa, basta que o microfone do computador tiver alguma qualidade, o Nuno tem uma mesa de mistura em que coloca um canal para cada pessoa e a partir desse momento estamos aptos para entrar no ar. Ele tem software que usámos para falar através da internet, ou seja, ele recebe o áudio, trata tudo e envia desde a casa dele. Quando colocámos no ar o programa dos 4Litro, eles não estão no nosso estúdio, tudo é feito a partir da casa deles, eles falam e nós pomos no ar a partir do nosso equipamento.
Manuel Vasconcelos: Se tiver alguém a fazer uma reportagem na rua, o Nuno está no seu estúdio e então nós estabelecemos a ligação. Falámos com as pessoas para inclui-las na emissão da rádio. Fazemos imensos diretos. No rali do Porto Santo estivemos sempre em direto durante uma semana. Eu estava na ilha e acabou por ser possível. Isso foi o ano passado. A ligação através do skype dá para fazer isso tudo e inclusive vídeo chamada. Nós temos o chat aberto.
NT: O estúdio principal é na minha casa, depois a partir do servidor eles conseguem conectar-se. Eu recebo tudo via skype e consigo fazer mixagem do programa.
EP: As pessoas também podem interagir a partir da sua webcam e nós podemos entrevista-los a partir do chat. Um estúdio fixo acarreta muitos custos, temos que nos deslocar fisicamente para lá e ter equipamento para toda a gente. Assim, não é necessário. O Nuno organiza tudo a partir da sua casa e só temos de falar com ele. Nós conseguimos pelo Skype de uma maneira com muito mais qualidade. Deparámo-nos com complicações de hardware, neste momento consegue-se fazer a emissão bem, existem contudo limitações, como ecos das pessoas a falar e quando tem música ligada no PC, nós ouvimos isso tudo. Ouve-se também o ruído das pessoas na rua, acontece como num estúdio normal. A tecnologia ajuda muito.

Tudo é feito através de um servidor só para rádios?

EP: Temos um servidor apenas para rádios online, depois temos outro fixo apenas da Upalala para colocar as músicas, que é o que o Nuno usa e os nossos computadores. Nos smartphones possuímos a aplicação do Skype, nós já conseguimos, através de uma rede hi-fi, ligar os nossos quatro telemóveis ao mesmo tempo e fazemos a emissão via internet com os telefones. Uns estão no computador, outros com os telefones e consegue-se juntar tudo.
MV: Eu faço entrevistas em direto, via smartphone e se verificámos a televisão faz o mesmo através dos hotspots, a voz até pode estar atrasada em relação á imagem, mas é tudo possível agora através dos telefones e com as novas tecnologias fazer uma emissão de rádio de qualidade.

Como reuniram a actual equipa?

EP: Criámos para o efeito uma página na internet na qual as pessoas se podem candidatar, aceitámos designers e pessoal para fazer rádio. Aos que nos procuram e querem entrar neste mundo partilhámos o pouco do conhecimento que temos. Tem muito pessoal que vêm, saí e depois volta de novo. Dá muito trabalho. Recebemos bastantes candidaturas, mas quando conhecem o projeto acham que é muito e de facto é assim, para aquilo que lhes exigimos, porque tem de escolher um horário, verificámos a disponibilidade com o DJ e temos de por a funcionar o servidor, eles tem de saber o que podemos passar em termos de música e o que não se pode emitir, a maneira como podem falar. Isso é tudo trabalhado.

Vocês ainda não ganham nada com isto?
EP: Nós todos estamos a estudar. No futuro próximo pretendemos profissionalizar-nos.

Existem muitas rádios como a vossa?

EP: Com a dimensão da nossa, não. Haviam bastantes antes, mas depois foram necessários licenciamentos e mesmo em termos de custos, funciona como uma bolha, gastam muito dinheiro em equipamentos e depois não conseguem ter o retorno imediato. Havia a Porto FM, onde o Nuno e eu começámos e que de momento desapareceu.
MV: Os sites piratas tendem a desaparecer. Agora tudo é ponto. com ou ponto.PT e tens de pagar os direitos de autor. Nós fazemos isso, pagámos entre todos o alojamento numa página que nos permite emitir música. Antes não era necessário, há um ano atrás. É por isso que sobraram poucas rádios online. Só devem existir duas ou três.
EP: Nós pagámos a uma entidade consoante o número de ouvintes, quantos mais temos mais pagámos. É benéfico, mas por exemplo, assustamo-nos com os valores do licenciamento, no fim de conta chega a ser muito bom, quando temos este tipo de gastos obriga-nos a agir de maneira mais profissional. Claro, que muitos vão-se abaixo em especial num tempo de crise destes, nem todos conseguem manter os seus projetos.

Quantos ouvintes têm?

EP: Não conseguimos ainda ter esse número exato. Por média, depende dos dias, no programa dos 4Litros com a duração de uma hora e meia, tem cerca de 200 entradas.
EP: A rádio nasceu de uma rede em bloco, um site de automóveis que nasceu a um mês atrás, temos uma página de social medias que é mais notícias sobre a internet e as redes sociais que está a crescer ao nível internacional e nós aproveitámos para faze-lo ao nível nacional, através da Upalala.net. Verificámos o que tem mais feedback na rede e fazemos um programa a partir disso. Nós divulgamos e tudo se agrupa de maneira a haver um bom conteúdo para chegar aos ouvintes e aos leitores. Temos mais projetos em vista, mas este tem de crescer mais.


Qual é o futuro do Upalala?

NT: Eu costumo dizer que o Upalala é uma escola, queremos dar uma oportunidade a aqueles que não conseguem entrar em outras rádios, dar esse espaços e mostrar trabalho, sejam DJ’s, locutores, blogueiros ou designers que querem mostrar o seu projeto. Não estamos a lucrar, esta aliás, a sair do nosso bolso e tudo se faz com boa vontade. Se me quebrar algum equipamento o Noel é que trata a parte da manutenção.
EP: Primeiro quero acabar o curso, para depois pensar nisto a sério.

Fazes edição dos programas?

NT: Nós temos muito poucos programas gravados. A nossa aposta é sempre em direto o que coloca mais responsabilidade nos locutores e se aconteceu, aconteceu, seja o que deus quiser. No programa com os 4Litros há palavrões e alguma coisa que corre mal, em direto não podemos fazer nada, saiu. Já me aconteceu a mim estar me direto com o Mané sem querer, estava a comentar: esta miúda é mesmo gira e ela estava a ouvir. O microfone esta ligado e acontece. As manhãs são pesadas. Temos muitas ideias, mas não queremos ainda falar sobre elas para não nos copiarem. O que fazemos? Pomos o primeiro programa no ar, pode até não ter impacto, mas pelo menos já não podem dizer que a ideia é deles, porque já estamos a ser copiados.

MV: Este tipo de sobressaltos acontece em qualquer rádio, com os 4Litro é uma constante, porque é sempre uma animação. Ninguém leva a mal e a grande audiência é deles.
Nuno, tu que és o locutor principal deves exercer um fascínio sobre o sexo feminino?
EP: Basta ver o estatuto dele no facebook para perceber que ele é o pinga amores do grupo. (risos)
NT: As minhas duas últimas namoradas vieram através da rádio.

Elas ouviam-te?

NT: Elas ainda ouvem, mas sou comprometido agora. A atual namorada conheci na minha vertente DJ, por causa do chat. Um dos meus grandes amores da minha vida foi á custa da rádio.
EP: Também posso confirmar que todos os membros, que nunca tinham tido namoradas antes, conseguiram-nas através da rádio.

Verifico que há poucas raparigas na equipa.

NT: Isso é porque muitas desistem por causa dos namorados. Elas começam a ser conhecidas pela Upalala e como há uma grande interação através do chat e do facebook isso gera problemas e elas acabam por sair.


http://radio.upalala.net/

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