É mais uma deliciosa compilação de José Viole de Moutinho.
Sendo integrada numa colecção juvenil é como o próprio autor refere na contra-capa, são textos que se dirigem a um público mais vasto, em boa hora. Quando folheio este pequeno baú de memórias orais dos meus antepassados, relembro-me de algumas dessas histórias que me foram contadas por parentes mais idosos. Uma das que mais gostava envolvia piratas e um santo muito esperto, chamado Pedro, que queria que a sua capela fosse erigida junto ao mar. Parece estranho não é? O que tem a ver o primeiro apostolo do senhor com bandidos mal encarados? Aliás, o que não faltam nestas lendas são histórias com corsários que muito apreciavam pilhar as localidades mais costeiras da ilha, daí estarem incluídos no nosso imaginário insular. Outra das histórias que sempre me fascinou foi a verdadeira origem do nome da cidade de Machico e a descoberta da Madeira, existem dois relatos históricos que corroboram um tal amor amaldiçoado, muito ao gosto do povo português, que deu origem a uma das afamadas lendas da ilha. Nada é mais eterno do que um amor interrompido pelo vil destino. Até rimou. As jovens mais impressionáveis, como eu também já fui, emocionava-se até as lágrimas ao ouvirem o infeliz relato de Roberto Machim e Ana de Arfet, que se enamoraram irremediavelmente e perdidamente ao ponto de fugirem para casar. E mais não digo! Tem de ler este livro! Boa leitura.