É a viagem pelas memórias de uma região de Moçambique, descritas por Francisco Camacho.
É um retorno a um passado que desconhece por completo. Um homem em busca das suas raízes familiares enceta uma viagem até Moçambique, onde encontrará não só as respostas que procura, como também irá redescobrir uma jovem nação. A acção tem o seu epicentro na região de Niassa e é a partir desta panorâmica colossal que o protagonista procura decifrar os motivos que levaram o seu irmão e o seu pai a permanecer num país que os rejeitava. Nota-se na escrita de Francisco Camacho o carinho que sente por África, descreve-a sem recorrer a grandes recursos estilísticos e com grande mestria, permitem-nos uma “viagem” por estas paisagens luxuriantes, confrontando a realidade actual das populações com a história veiculada pela potência colonial. Não é um retrato paternalista, é um retrato objectivo, fruto quiçá da profissão de jornalista, onde não há juízos de valor, ou justificações lamechas, existe sim, um pragmatismo assumido pela personagem principal, que olha para Moçambique como uma realidade completamente nova, já que, a sua memória afectiva em relação ao país que o viu nascer é escassa e difusa. Por isso, deixe-se levar até Niassa e descubra o que ele encontrou. Boa leitura.