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O advogado de roma

Escrito por  yvette vieira fts direitos reservados

 

António Loja apresentou a sua mais recente obra literária que aborda as idiossincrasias dos vários poderes de um império e a dialéctica entre a ganância e a dignidade de uma sociedade, tendo como cenário de fundo o mundo romano. É também o confronto entre dois personagens históricos reais, o imperador Tibério, o “rei” de Roma, com poderes centralizados na sua pessoa e Júnio Graco, o causídico, republicano, que defendia um império que devia ser governado com consenso e equidade.

Referiu que este livro é uma mera ficção e que deve ser encarado como tal. No entanto, como foi professor de história baseou a obra em personalidades reais, porque escolheu este período específico do império romano?
António Loja: Achei que os contrastes que existiam na sociedade romana da época eram muito parecidos. A tentação e o atrevimento foi meu, mas a diferença que existe entre ideias e interesses é algo que nos aflige na actualidade e que também tocava a sociedade romana da altura.

Que semelhanças encontra?
AL: A mesma luta em aumentar os latifúndios, as propriedades, essa é uma das semelhanças com a actualidade, com as empresas multinacionais, por exemplo e não tenho nada contra elas, existem, mas tem de cumprir regras e de sobrepôr a sua vontade de ganhar só dinheiro a vontade de faze-lo com dignidade, porque é possível. A tentação é tão grande que tudo isto desaparece e só fica a ganância.

Quando afirma que ignorar o passado é comprometer o presente, acha que estamos comprometidos na actualidade por ignorância em relação ao passado?
AL: Eu acho que muito da nossa vida presente esta comprometida com a ignorância sobre o passado, sim. Estámos a ser governados por pessoas que são terrivelmente ignorantes acerca do passado do seu país e nomeadamente do império greco-romano que foi o que deu origem à Europa actual.

Mas, tudo isso é a própria dialéctica do poder, dos impérios.
AL: Naturalmente, mas temos fazer essa síntese de uma forma diferente e há várias maneiras de o fazer. O que não deve é ser feito, através do domínio de uns sobre os outros, mas sim, da cooperação entre grupos, da comprensão e o respeito mútuo das pessoas.

Resumindo, a sociedade actual falhou?
AL:Eu não diria que falhou, a sociedade vai falhando, vai tendo sucesso, luta, caí, levanta-se e recomeça à sua caminhada. Não há o fim de uma civilização, existem apenas aspectos diferentes ao longo dessa travessia. Só há a grande civilização humana, por uma questão de metodologia é que a dividimos por épocas.

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