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O dia dos prodígios

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Foi o primeiro livro de Lídia Jorge a ser publicado em 1980, tendo sido reeditado recentemente pelo seu 30 º aniversário.

É um livro recheado de simbolismos que reflectem o país interior com um duplo sentido. Descreve o quotidiano de Vilamaninhos, no Portugal profundo, abalado por uma série de acontecimentos prodigiosos que ficarão na memória colectiva dos aldeões e ao mesmo tempo retrata primorosamente o estado de alma dos personagens que acaba por ser um espelho das idiossincrasias dos portugueses, numa era perdida no tempo. O mundo mágico de Lídia Jorge confronta-se ainda com outro evento que anuncia uma mudança no mundo, a revolução dos cravos, mas na aldeia tal momento histórico não abala o seu dia-a-dia, já que tudo se move da mesma forma, quase sem alterações. Sem a dita metamorfose. A aldeia apenas recorda desse dia que uma serpente voou perante o olhar incrédulo de Jesuína Palha e as restantes testemunhas, a mula de José Pássaro Volante fugiu e que da camioneta saiu um mancebo perguntando por Carma Prada, são estes acontecimentos inauditos que de facto marcam a vida das pessoas de Vilamaninhos e que provocam uma mudança. Mas, qual? Terá que ler o livro, mas deixo desde já um aviso, é uma leitura exigente, devido a sua riqueza linguística e na forma como é escrito. Alguns dos planos narrativos são fora do vulgar, ou seja, tem uma estrutura diferente que visa sublinhar o carácter mítico de alguns dos personagens e das suas vivências mágicas. Na altura, “o dia dos prodígios” foi considerado uma das novas revelações literárias das letras portuguesas. Um título merecido que vale a pena recordar, trinta anos depois. Boa leitura!

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