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Primeiro as senhoras

Escrito por 

Mário Zambujal dispensa apresentações. Não só pela sua carreira profissional ligada ao jornalismo, mas sobretudo pela escrita. Neste livro o autor, após um longo período de ausência no meio literário, decide escrever um monólogo cujo protagonista é também um malandro, que tenta enganar a polícia durante um interrogatório. Trata-se de um texto em que a inovação surge pela total ausência dos restantes personagens. É o narrador que nos conta várias histórias ao longo de vários capítulos.

Porque esperou tanto tempo para escrever este livro?

Mário Zambujal: Olha, estive sempre a escrever, mas durante anos eu escrevi imenso comédias, coisas para televisão, para audiovisuais, séries e não tinha tempo nem disponibilidade mental para estar a escrever mais livros. E há aí um hiato de largos anos em que eu embora não tivesse deixado de escrever e fazia-o abundantemente para vários meios, a televisão sobretudo.

E como surgiu a vontade sentar-se e escrever?

MZ: Depois em conversas com os amigos: eh pá, quanto te decides escrever uma coisa qualquer? Decidi escrever uma graça que fosse divertido e pretendi que o livro tivesse alguma originalidade e preocupo-me imenso com essa questão, naquilo que digo e que escrevo. E então optei, a minha pretensão, a minha presunção foi escrever um imenso monólogo embora não o pareça. Porque é sempre o protagonista a contar a história dele a um inspector da polícia que nunca abre a boca. E portanto é sempre ele que está na qualidade de acusado de ter forjado um rapto, ele está sempre a depor. E a contar, contar e contar histórias. E a presunção é que isso resulte num livro que não parece um monólogo imenso, porque tem imensas histórias que vai contando.

Ele é o anti-herói?

MZ: Ele é um anti-herói no sentido que brinca com as suas próprias fraquezas, é um troca-tintas e um bocado aldrabão, porque é suspeito já de um rapto e forjou-o. Esta sempre a tentar dar a volta ao inspector da polícia que nunca fala. E cada capítulo é uma das declarações dele, com muitas histórias.

Porque o título “Primeiro as senhoras”?

MZ:  Primeiro, porque é um velho cumprimento as senhoras. Ladies first. É uma norma de cortesia que este malandro tinha como regra de vida, porque era um galanteador, era um tipo que tinha essa característica, atracção pelas mulheres e arranjar sarilhos evidentemente como sempre.

Este livro sofreu um certo estigma por causa da “Crónica dos bons malandros”?

MZ: Eu tenho a impressão que escreva eu o que escrever, eu estou muito marcado pelas crónicas. Fui o primeiro livro que escrevi, por graça e brincadeira, quando as pessoas se referem a mim até me chamam meu bom malandro, eu não tenho forma de fugir a aquele livro, por muito que escreva e penso que alguns estão mais perfeitos tecnicamente e literariamente do que a “crónica dos bons malandros”…

E este?

MZ: Este tem mais cuidado, mais esmero. Foi feito com uma atitude mental da minha parte diferente quando o escrevi, ao passo que nos bons malandros era a absoluta despreocupação, era uma coisa para brincar com os meus amigos, não tinha nada para me preocupar. Com este livro tal não aconteceu, tive um maior cuidado. Se eu quisesse ser sincero, eu não queria que este livro tivesse nada por onde se lhe pegar em termos negativos. Embora a presunção seja sobretudo divertir, é uma publicação para esse efeito, com estilo mais puro que o outro.

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