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Bordar o futuro

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Uma forma de preservar o trabalho minucioso das artesãs passa por um programa inovador informático.

Um dos maiores desafios do mundo actual é inovar determinadas expressões artesanais, como sejam o bordado, e transpô-los para os têxteis, como forma de preservação de uma arte em vias de extinção, resultante da industrialização do vestuário e do progressivo desaparecimento das artesãs que mantinham a tradição. Num mundo globalizado sedento de inovações, é muito comum a utilização de bordados na alta-costura, contudo num mercado têxtil extremamente competitivo, a massificação das tendências da moda é uma realidade difícil de contornar devido ao seu apelativo baixo custo, em detrimento de uma arte manual minuciosa, morosa e única que distingue regiões e países. O futuro desta arte milenar passa pela adaptação dos bordados para a indústria dos têxteis lares e do vestuário em Portugal como elemento inovador nas colecções. Um labor que é já visível em algumas marcas comercializadas no nosso país e até no trabalho de fundo de alguns estilistas como o João Rolo, a Fernanda Nóbrega e o Hugo Santos só para nomear alguns.

Num a dissertação, intitulada “bordados tradicionais portugueses”, Paulo Lemos e Silva, propõe a preservação desta memória do tempo como lhe chama, através de um conceito inovador que passa por criar um suporte informático que pode ser usado ao nível do ensino para a divulgação dos bordados portugueses. O programa permite “aceder a um vasto repertório de imagens, desenhos, técnicas e motivos dos bordados tradicionais portugueses, permitindo situálos, ao mesmo tempo, na região de onde são oriundos.

“O desenvolvimento deste trabalho permite encarar a multimédia como uma nova tecnologia baseada no computador, não como um substituto do professor ou artesão, mas como ferramenta de trabalho para ser utilizado pelo próprio aluno ou de outra qualquer pessoa, ao serviço da divulgação e preservação da riqueza do património artístico português. O utilizador ao “viajar” pelo programa pode ter um conceito de localização preciso dos bordados tradicionais de Portugal, para além de usufruir do contexto histórico dos mesmos. A técnica também não foi esquecida. O utilizador pode aprender, divulgar e transmitir a técnica de cada um dos bordados, bem como visualizar as formas dos desenhos de cada um deles. As imagens utilizadas são originais, de maneira a que o utilizador possa ficar com a consciência do que é realmente mais importante preservar. São também uma forma de divulgar Portugal e o seu património artístico” finaliza.

http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6723/1/TESE_PAULO.pdf

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