Em qualquer idade é isso?
FJ: Sim, de qualquer idade. Mas, temos muitos pedidos para tamanhos mais pequenos, que é uma coisa que gostávamos de fazer, mas não para já. As miúdas porque ainda não podem usar saltos, usam este tipo de calçado que se adapta a qualquer ocasião, para uma jovem rapariga. As adolescentes são um público que não procura muito este produto, porque nestas idades funciona tudo por moda, por isso, vai variando. Depois as mulheres a partir dos 30, que vai trabalhar, que anda de um lado para outro, é essa que nos procura.
Escolhestes cores vivas para as josefinas, há uma cor preferida por parte do público feminino, ou nem por isso?
FJ: Varia bastante. Eu posso afirmar que os mais procurados são os beges e os pretos. Mas, não há uma grande discrepância, há alturas em que determinada cor é muito pedida e acho que estará associada a publicação de uma imagem, mas não sei. Vai-se equilibrando, embora não possa afirmar que haja uma cor favorita em que tenhamos realizado uma produção mais significativa.
Já pensaste em lançar um outro tipo de calçado, ou apenas vais comercializar por agora as Josefinas?
FJ: Nós vamos manter as Josefinas como o nosso maior produto e força da marca e depois estamos a pensar incluir alguma variação de uma forma ponderada. Estamos com um projecto para o Outono-Inverno dum botim que ainda esta em estudo, mas será sempre a excepção. Em princípio não posso dizer que não vamos fazer. A marca vai continuar associada a este tipo de sapato e depois vamos pensar esporadicamente num produto que saia da linha, embora o botim mantenha a lógica da sabrina. Devemos contudo lança-lo em Outubro.
Nesse processo criativo e de fabrico qual foi a maior dificuldade que enfrentaste?
FJ: Primeiro tínhamos uma ideia muito concreta do produto que queríamos, por isso, quando falámos com as pessoas já sabíamos para onde queríamos ir. Não possuíamos o conhecimento para lá chegar, é preciso ter muita persistência para não desistir da ideia inicial, por vezes, há condicionantes de fabrico que tornam o nosso objectivo complicado. Mas, insistindo, uma, duas e mais vezes consegue-se levar a bom porto aquilo que se pretende. Uma das nossas maiores dificuldades é que o cordão corresse, era preciso uma peça especial para aplicar na máquina e isso deu algum trabalho, porque foi necessário contactar pessoa conhecidas para conseguir obter uma solução.
Durante essa busca de uma empresa que produzisse as Josefinas, sentiste alguma dificuldade em obter ajuda, uma vez que, não possuías experiência nessa área?
FJ: Não, fui muito bem recebida. O senhor Jorge, são dois irmãos, mas é com ele que falo mais, recebeu-me muito bem. Claro, que tanto ele como eu, não sabíamos se este produto ia ter adesão ou não, mas ele ajudou-me imenso e acreditou no projecto, ou pelo menos não se importou de investir horas, que acaba por ser dinheiro, e tempo de trabalho em nós, sem saber sequer qual era o número da encomenda e se iriamos repetir, era tudo uma incógnita.
A relação preço-qualidade tem algum peso junto das clientes, elas entendem que se trata de um produto muito artesanal?
FJ: O preço é o que conseguimos fazer para que o negócio possa continuar. Claro, que sei que não é um valor acessível a toda a gente, tendo em conta as dificuldades que as pessoas estão a passar é um montante elevado. Mas, é possível, porque não queremos abdicar da qualidade dos materiais, nem do desenho, não é só o sapato é tudo o que esta em volta do processo e achámos que para garantir o produto que queríamos temos que apresentar esse valor.
As encomendas que recebem são só ao nível nacional?
FJ: Não, o site está preparado para receber encomendas ao nível internacional. Entrámos no mercado nacional a cerca de 3 meses e no internacional estamos agora a começar a avançar, mas já vendemos para Macau, Londres e Bruxelas. Trata-se de um processo que está a ser feito e tem de ser trabalhado.