Um certo amadorismo que se verificava na moda tem os dias contados.
Cada vez mais se aposta na profissionalização deste sector em crescimento em muitos países. Portugal não é alheio a esta tendência vigente num mercado cada vez mais competitivo que exige qualidade a custos reduzidos. Num estudo intitulado “análise da indústria têxtil e do vestuário”, de Eva Vasconcelos, verifica nos seus resultados que englobam um período de 1999 até 2003 que, o crescimento económico do sector tem vindo a diminuir ao longo do tempo, “A estes resultados não são alheios os ajustes que o sector tem sofrido para se adaptar às novas circunstâncias do mercado, assinalado por uma forte concorrência externa e aumento do custo de mão-de-obra. A produtividade continua a ser um dos pontos fracos de algumas empresas deste sector. O problema parece residir nos factores de produção imateriais, ou seja, para este mau desempenho na produtividade poderão estar associados um elevado nível de absentismo e alguma falta de formação dos recursos humanos. As empresas carecem de quadros médios/superiores, que são normalmente o motor da inovação tecnológica e da adopção de novas soluções organizativas”.
Se no passado a ITV (Indústria textil e vestuário) evoluiu à custa de mão-de-obra barata e baixos custos de produção, o presente tem-se encarregado de eliminar empresas obsoletas sem base tecnológica. O futuro indica que a liberalização do comércio têxtil mundial representa uma dificuldade não só para Portugal mas para todo o sector europeu (onde só os mais bem preparados sobreviverão). Isto poderá ser um campo de oportunidades num novo mundo de relações multilaterais, promovendo a inovação, criatividade, qualidade e conhecimento. A internacionalização das empresas da ITV portuguesa é hoje um factor-chave para a sobrevivência e para o sucesso”, como refere a economista.
Desde a publicação deste trabalho até os nossos dias pouco ou nada mudou. Os empresários portugueses continuam a não arriscar na criatividade nacional e nos potenciais profissionais preparados que todos os anos saem das universidades e dos cursos profissionais. Muitos continuam a insistir na velha máxima de copiar o que resulta nos mercados externos. Um cenário desolador que em grande medida advém do facto de que, a maioria das empresas deste sector serem pequenas e médias empresas de índole familiar, que também não apostam na formação continua dos seus quadros. “Em jeito de conclusão, depreende-se que em Portugal a indústria têxtil está em declínio em contraponto com a indústria do vestuário que se encontra perante cenários que induzem mais optimismo”, como concluí a economista, como vacticina e bem Eva Vasconcelos.
http://foreigners.textovirtual.com/edit-value/analise-da-industria-textil-do-vestuario.pdf