Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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O mundo encantado de Angélica

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A loja da Elfic Wear é como entrar num conto de fadas élficas, situado na Rua Rosário 313 na cidade do Porto, vão sentir que estão a invadir o mundo imaginado pela Angélica. Um espaço para a fantasia, para a imaginação e para marcar a diferença. É o universo de uma jovem determinada, apaixonada pela sua arte e sem medo do futuro. É também uma marca de vestuário que ousa e que já vende os seus artigos únicos para países como República dominicana, Espanha e Inglaterra só para citar alguns exemplos. Apareça, dê uma vista de olhos e quem sabe, ouse ser uma élfica mais!

Qual é a tua formação e como começastes a Elfic Wear?

Angélica Pinho: A minha formação é de arqueologia e não tem nada a ver com isto. Sempre tive uma afinidade com os diversos materiais, já em pequena adorava estar a trabalhar com o meu pai, a ajudá-lo nos trabalhos de mecânica que ele fazia. Aprendi com ele a trabalhar o couro, fazer gravura a quente, a experimentar combinações de tintas e materiais como couro, madeira, tecidos. Com a minha mãe aprendi a costurar desde pequenina.  A minha mãe é modista, eu ajudava-a a coser as roupas, porque ela trabalhava para estilistas. Ela tinha muitos trabalhos, eu auxiliava-a quando vinha da escola. Quando entrei para a primária já tinha algumas peças de roupa feitas por mim, depois com o passar do tempo e o aumentar do interesse pelos meus trabalhos, os meus amigos perguntavam-me onde tinha comprado as peças que vestia,  achei que estava na altura de criar este projecto, a Elfic. Aqui dou vida às imagens que povoam o meu imaginário!

E como se dá o salto de arqueologia para estilista? Não gostastes do teu curso?

Eu adoro meu curso. E um dia gostaria de seguir uma parte do curso que é Egiptologia que é mesmo a minha área. Só que é mais difícil economicamente. E o Egipto não é o que andava mistificando quando é mais nova. Segui arqueologia porque desde sempre adorei civilizações antigas. Tudo o que fossem maias, astecas e vikings. E muita da roupa que faço, às vezes é inspiração das coisas que pesquiso de civilizações antigas. Alguns desenhos que gravo, então pego um bocadinho daqui e dali e faço a minha maneira. É a minha visão. Outra grande paixão minha são os Crop Circles, figuras geométricas desenhadas em campos de plantações que muitos acreditam serem feitos por seres alienígenas. Desde miúda que este tipo de desenhos me atrai, sem saber muito bem porquê.

Angélica, eu reparei que fazes tudo no teu ateliê, cortas, montas e coses as peças. Notei também ao tocar nas peças que os tecidos têm um toque diferente.

Alguns tecidos importo. Volta e meia vou para fora comprar tecidos. Vou para a Tailândia e para Europa, quando encontro alguns tecidos diferentes trago-os de lá, porque não consigo encontrar cá em Portugal.

Como inicias a tua colecção é através dos tecidos, ou tens uma ideia pré-concebida?

Depende, eu digo que são os tecidos que dizem o que querem ser feitos, como querem ser trabalhados. Eu vou comprando tecidos que gosto sem ter uma ideia específica e depois sento-me a olhar para eles, começo a cortar até que surge uma peça, e depois aparece uma outra e outra. E assim sucessivamente

A tua inspiração é específica, porque?

A minha inspiração tem a ver com o meu mundo imaginário, como costumo dizer. Eu gosto de tudo o que tenha a ver com o fantástico e gosto de criar com essa identidade, porque roupas parecidas há em todo ao lado, as outras lojas tem coisas mais comuns e mais modernas e eu gosto de ser um tipo uma opção diferente. E que as pessoas se fantasiem um pouco, um bocadinhos diferentes, mais especiais com algumas das peças que eu crio.

Voltando um pouco as peças, os tecidos são biológicos ou tens alguma preocupação ambiental quando os compras?

Sim, tenho. Os que eu trago do estrangeiro são todos biológicos. Infelizmente em Portugal é difícil encontrar este tipo de tecidos a um custo que dê para suportar, porque devido a economia actual as pessoas não tem capacidade financeira para pagar um pouco mais por tecidos biológicos. O que eu faço muitas vezes também é trabalho com peles, faço tipo reciclagem, e vou a lugares onde sei que os animais não são mortos especificamente para isso, também só trabalho com peles de vaca, porco e nada mais. Tento sempre ir às origens. Reciclar ao máximo e ter material biológico acessível.

E como tem sido, há um público para o tipo de vestuário que tu vendes?

Tenho a loja a três anos. Abri em Setembro de 2007. Sim, de inicio pensei que o meu público-alvo seria os jovens. Eu no inicio abri a loja no centro comercial de Cedofeita porque era onde havia mais juventude, mas quando passei para a Rua e para internet, dei-me de conta que não eram só os jovens que compravam as peças. As pessoas mais velhas também gostavam para combinar uma peça diferente com algo mais usual, criar um certo tipo de contraste. Até que neste momento não tenho nenhum público-alvo. Tenho desde adolescentes às pessoas de cinquenta anos.

Porque o nome Elfic Wear? Tem a ver com duendes?

Tem a ver com duendes, mas são diferentes. Tem mais a ver com elfos, são ninfas da floresta que a protegem. São também guerreiras, porque guardam a natureza. O tema é mesmo esse. Porque mesmo o tom que gosto de usar para as peças que crio tem cores mais terra, nada de cores florescentes. São tons mais naturais, vermelhos ocres, castanhos, verdes e laranjas escuros. Também me interesso por ambientes futuristas e cibernéticos, uma estética minimalista inspirada em sociedades avançadas tecnologicamente em harmonia com o meio ambiente.

Tens alguma peça fetiche na tua colecção? Aquela que reflecte a tua personalidade?

Sim, sim. É uma peça castanha que está como imagem principal do facebook. É a que tem mais de mim. Até porque só crio uma peça de cada. Eu não faço duplicado, as pessoas que as conseguem adquirir são só delas. É quase um miminho meu, um pequeno presente, como se costuma dizer.

Com vês o panorama nacional para jovens como tu? Que aposta num produto tão original e diferente?

É assim, em Portugal não é muito fácil. Quanto mais saio do país, mais vejo que existem mais oportunidade lá fora. Mas, também não quero desistir de estar aqui, é minha terra. E o país tem uma obrigação, assim como nós temos direitos e deveres, o país não pode perder pessoas que tem uma visão diferente. Porque ajuda a puxar para frente, a criar uma dinâmica diferente, vamos evoluindo e acima de tudo ajuda a ter uma perspectiva diferente. Eu acho que Portugal tem capacidade para aceitar este tipo de artigos. Tenho visto com as lojas aqui na rua e em Miguel Bombarda. São mais específicas, têm coisas diferentes. Público há, nem sempre tem poder de compra. Mas, eu acho que deve haver mais pessoas com iniciativas como a minha, ou de outras áreas apostem naquilo que realmente gostam de fazer.

Qual é o futuro da Elfic Wear? Como vês a próxima etapa do teu projecto?

Dentro de um ano vejo-me a continuar a fazer as colecções como tem sido até agora. Sempre diferentes. Agora estou a terminar a de verão, com vestidos mais curtos e mais justos. Gostaria daqui a quatro ou cinco anos de fazer caracterização de filmes, figurinista. Até lá tenho de fazer um bom portfolio, aprender algumas técnicas até um dia decidir a concorrer para um projecto desse género.

 

http://www.myspace.com/elfic_urbanwear

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