É um dos vestidos que marca as tendências para este inverno.
O vestido peplum é uma das apostas fortes deste inverno. Tenho contudo dúvidas quanto a sua afamadas capacidade de criar silhuetas mais magras, pode até esconder as gordurinhas mais persistentes é verdade, mas no fundo a cintura não afunila, muito pelo contrário, as mulheres que o usam parecem mais gordas. Não é um modelo para todo o tipo de corpos. Podem discordar é certo, mas acompanhem o meu raciocínio, este vestido foi uma das apostas do novo look Dior, nos pós-guerra, nos anos 50, num tempo em que uma Europa delapidada pela guerra necessitava de um novo rumo e que nascessem mais crianças e podem pensar o que tudo isso tem a ver? Tudo. A moda é sempre um reflexo de uma época e é nos pequenos detalhes que encontrámos o retrato de uma sociedade, de um certo estilo de vida. Se repararem o peplum realça as ancas, alarga os quadris, subliminarmente remete-nos para corpos mais férteis. Pode parecer rebuscado, mas não é. Ao longo dos séculos a moda teve um papel muito preponderante como sinalizador de classe sociais, mas não só. De certa forma também reflectiu as grandes mudanças que marcavam um determinado período histórico. Na idade média, os vestidos eram cortados ao nível do peito com o objectivo de realçar a barriga, as mulheres pareciam constantemente grávidas e essa imagem não-verbal era importante num mundo devastado pela peste negra. E mais exemplos poderíamos enunciar, o que me interessa é descodificar as tendências e neste caso o vestido peplum é um reflexo de um continente envelhecido, em plena crise económica, um tempo pouco propício para nascerem mais crianças e agora acreditam no que digo?