Sempre tens pessoas a trabalhar contigo?
MS: Sim, porque ninguém nesta área consegue fazer tudo sozinha. Eu tenho a sorte de ter a minha mãe a trabalhar comigo, ela é peça principal, tem um trabalho muito bom, para mim é a melhor costureira da Madeira, é muito perfeccionista e tem acabamentos óptimos. Fazemos uma boa dupla.
Quem são as mulheres peekaboo?
MS: São mulheres desde os 16 até os 40 anos, porque acho que a minha roupa é jovial, com charme e confortável. Abrange várias faixas etárias e é esse o meu objectivo, "atacar" as adolescentes, porque são as minhas futuras clientes e ao mesmo tempo também mostrar as pessoas mais maduras que é possível usar uma peça minha.
Tens muitos casacos e malhas, não se torna um desafio devido ao clima?
MS: Sim, porque temos um clima tropical. Acrescentei estas peças porque já se consegue usar, não digo no dia-a-dia, mas durante à noite.
Já pensaste expandir a tua marca fora da ilha?
MS: Sim, eu criei uma loja online mesmo por causa disso, tinha clientes lá fora que me perguntavam pelas roupas, mas é um site que ainda não esta muito abrangente, porque não tenho muito tempo. Às vezes é mais fácil contactar-me via facebook, é um meio social que facilita o contacto e chegámos facilmente a acordo no envio das peças.
Quais são as maiores dificuldades que encontras como designer? Sem te circunscrever apenas à ilha.
MS: Um dos desafios é vender bastante, porque tenho de estar sempre a comprar materiais novos e de ter coisas novas, não me posso ficar apenas por uma colecção, à espera que se venda toda. Depois há outro factor, que é não darem valor a roupa, querem coisas baratas e boas e não percebem que temos custos inerentes, porque para ter uma boa peça de design é necessário possuir bons materiais, ter bons acabamentos e isso não implica ter um preço acessível, isto não é uma fábrica. Ainda, há um público que não entende isso, uma empresa têxtil consegue produzir muitas peças ao mesmo tempo a preços acessíveis, eu não.
Então ainda não há uma grande consciência em Portugal de que as ideias pagam-se.
MS: Já há uma grande evolução em percentagem, mas existem sempre pessoas que exigem bom e barato.
Então como encaras o teu futuro como jovem designer?
MS: Não sei, é um dia de cada vez. Até agora não tem sido mau de todo, vou continuar. Estou a safar-me bem, consigo ter peças acessíveis e outras mais caras, tenho as duas vertentes e acho que isso é bastante importante, consigo vender roupas diferentes.
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