É mais um daqueles textos em que abordo mais uma das tendências deste inverno.
Os anos 70 estão de volta e trouxeram consigo os pelos em casacos, coletes, malas, botas, basicamente em tudo, embora haja uns padrões e texturas que acho deveras interessantes, seja falso ou verdadeiro para mim tudo vai dar ao mesmo, pessoalmente não gosto. A sério, louvo as mulheres e designers de moda mais sensíveis às consequências do comércio das peles de animais que tem constantemente pressionado, ao longo do tempo, as empresas do sector do vestuário para que optem mais pelas congéneres sintéticas. Olhando para os últimos 30 anos da história da moda, neste capítulo em particular tem havido uma clara evolução, as várias campanhas ambientalistas, umas mais polémicas do que outras, foram de facto mudando mentalidades e hoje em dia é recriminável uma mulher usar um casaco de peles verdadeiro em público, o que é bom sinal dos novos costumes. Mas, apesar de tudo isto, continuo a não apreciar esta nova tendência para este outono-inverno, ao meu ver, tudo esta relacionado com um trauma da minha juventude inconsequente. No meu aniversário decidiram oferecer-me um lindíssimo casaco preto em pelo sintético, o problema só surgiu quando o usei pela primeira vez, agora imaginem-me num transporte público, não só não me conseguia quase movimentar (parecia mesmo um daqueles astronautas a andar em câmara lenta em pleno espaço, juro!) como me sentia sufocada, incómoda e ainda foi alvo de inúmeras piadas por parte dos meus amigos. Foi um dia para esquecer, voltei para casa infeliz e com imenso frio, porque tive de tirar o diabo do casaco mais do que uma vez e nunca mais o usei. Até hoje o espécimen esta pendurado no meu armário e quando olho para ele não consigo evitar o longo suspiro, porque é tão bonito, pena é que ainda me faz comichão só em pensar usá-lo de novo! Aí esta, afinal existem os traumas da moda e este é o meu. Qual é o seu?