T: Desiludiu.
Esperavas o reconhecimento em Portugal?
T: Sim, porque é mais perto, é mais vizinho. Eu faço muitos concertos pelo mundo, mas faço poucos em países que falam português e isso deixa-me triste, porque é um país mais próximo de casa, temos mais ligação. Gostaria que houvesse uma maior projecção da música africana, há muita coisa bonita e interessante. Mesmo a música portuguesa necessita de mais oportunidades para aparecer.
Falando das tuas músicas, tu compões e escreves as letras, mas para as tuas canções decidiste trazer um instrumento tipicamente feminino, o batuque , porquê?
T: Esse ritmo vem do tempo dos escravos. Antigamente só as mulheres usavam o batuque, só elas o tocavam. Mas foi proibido pelas esposas dos dirigentes, dos chefes antigos que achavam que era uma espécie de traição sexual, as mulheres seduziam com o corpo através da dança, elas dançavam com as ancas e o rabo e então foi proibido. Agora, esta na fase que se esta perdendo, por isso achei interessante e decidi meter nas minhas composições com vários tipos de influências, em particular da ilha de Santiago, acho que é bom levar á frente a nossa identidade.
Fizeste uma recolha desses sons junto dessas mulheres?
T: Independentemente da ilha também fiz uma recolha para poder manter a originalidade e a identidade.
O que te inspira para compor?
T: Pessoas, o mar , a vida, o ambiente, tudo o que me faz sentir bem.
Tens algum projecto para um novo trabalho?
T: Estou a trabalhar para o quinto disco, esta numa fase final no estúdio.
Tens um título para este novo disco?
T: Tenho, mas prefiro que seja surpresa, tem mais piada.
Se pudesses definir o ambiente que criaste deste novo CD como seria?
T: Tem sempre uma característica de Tcheka com uma roupagem diferente, com originalidade.
https://myspace.com/tchekacaboverde