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A doce tentação

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É uma das novas revelações da música de Cabo Verde. Elida Almeida canta por necessidade para expressar, através da música os seus sentimentos, os momentos bons e menos bons da sua vida.

Intitulaste o teu primeiro álbum de “ora doci ora margos”, porquê? Começemos por esta historia.
Elida Almeida: É um título que tem muito a ver comigo. Com o que esta a ser a minha vida, é também algo que vai ao encontro de muitas pessoa. Hoje em dia por mais mil maravilhas que seja a tua vida, há sempre um tom amargo, um momento em que as coisas não dão certo. Tendo em consideração todas as músicas que tinha no disco, o título que não poderia ter sido melhor.

Estas canções falam da tua vida. Vamos falar da composição, o que inspirou muitos dos temas?
EA: Eu não escrevi este álbum assim, eu escrevo assim desde sempre e muito. Por norma falo sobre a minha vida e por tudo o que passei até agora inspira-me. Eu tiro tudo para fora através da música e das letras, penso que com isso consigo comover as pessoas, porque embora sejam os vários estágios da minha vida, as pessoas também vivem esses momentos no seu dia-a-dia e penso que, por isso, o público se identifica muito com os meus temas, porque abordo o quotidiano.

Então quando começaste a escrever em termos de letras?
EA: A minha primeira composição foi “Nta Konsigui” que escrevi quando tinha 17 anos, na altura já conseguia fazer uns acordes com a minha guitarra, é uma melodia muito simples e poucos acordes, mas que teve muito impacto em Cabo Verde e roda a gente canta. Em Portugal graças a telenovela da TVI tornou-se muito conhecida, só no “youtube” temos mais de 2 milhões de visualizações.

Escreves muito, desde muito jovem, então o que uniu todos os temas de este álbum?
EA: Fomos ouvindo e seleccionando, quando decidimos intitular o disco de “ora doci, ora margos”, escolhemos temas que se enquadravam com o título. Então, escolhemos 13 canções, mas havia mais de uma dezenas de temas que tinha escrito e eu queria interpretar, mas acima de tudo foram escolhas minhas.

Acho curioso que refiras que muita gente se identifica com as tuas canções, contudo, és tão jovem e as letras parecem de alguém bem mais maduro.
EA: Pois é, mas a vida encarregou-se que a maturidade fizesse parte da minha existência desde muito cedo, devido as circunstâncias o meu pai faleceu quando eu era muito jovem, a minha mãe teve ir buscar a vida numa outra ilha e eu fiquei responsável pelos meus irmãos, tive uma gravidez precoce, tudo isso fez com que ganhasse maturidade de uma forma precoce dígamos assim. Eu fico muito feliz de saber que entro na vida das pessoas adultas, mas também nas crianças, porque em Cabo Verde elas vem ter comigo e dizem-me que me adoram e isso é gratificante.

Tens ganho prémios, um deles como reveleção no teu país. Isso pesa-te de alguma forma?
EA: Claro, o prémio sempre pesa em termos de responsabilidade, tu pensas e agora? Ups! Eu já tinha ganho um prémio nos Cabo Verde Music Awards (CVMA), foi a artista mais premiada da noite, por melhor álbum do ano, de composição inédita e artista mais popular da internet e esses prémios não chegam todos os dias, mas tornam-se em desafios, tenho mais um título para defender e faço por merecer.

Tu não vens de uma família musical, o que é também curioso, porque a grande parte dos músicos cabo-verdianos tem sempre um passado musical. Então como é a música entrou na tua casa, ao ponto de teres decidido aprender a tocar acordes e escrever letras?
AE: Muito cedo. Em Cabo Verde existe muito a tradição de ouvir muita rádio. Eu nasci e cresci numa zona onde hoje ainda não tem electricidade e eu ouvia muita música africana ou americana e eu acompanhava os temas e a segunda vez já tinha decorado as letras. Depois nós tínhamos de inventar coisas para fazer, éramos grupos de crianças, sentavamó-nos em cadeiras, pegavámos em garrafas de plástico e começavámos a fazer batuque, improvisavámos canções e falavámos sobre o dia-a-dia das pessoas e depois eu fiz parte do coro da igreja católica, por um período trabalhei numa rádio e ganhei dois concursos, em Cabo Verde temos um chamado “todo o mundo canta” e como venci, as pessoas começaram a falar de mim e comecei a cantar.

Estas a preparar um novo disco?
EA: Não, estou só a escrever. Foi surpreendente o sucesso deste meu primeiro disco, não estavámos à espera de tanto trabalho, eu ainda tenho até Setembro um mês muito cheio com a tournée e no mesmo de Julho vai sair um single conjunto com um clip e depois em Novembro vou entrar numa fase de respouso para compor, para começar num novo trabalho discográfico, mas não sei a data.

Mas, continuas a escrever?
EA: Eu escrevo todos os dias.

E os temas principais continuam a ser a tua vida?Ou a tua escrita esta a mudar?
EA: Eu ainda ontem estava a pensar nisso, ultimamente tenho escrito muito sobre o amor, que antes que não era o meu forte. Escrevia sobre pessoas e o quotidiano, mas ultimamente ando a escrever sobre o amor, é uma nova fase, mas isto passa. (risos)

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