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A explosão dos the gift

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A banda foi formada no ano de 1996 e embora originalmente não houvesse espaço para uma vocalista feminina, a voz e a personalidade de Sandra Tavares naturalmente ajudaram a cimentar o som dos the gift. Um percurso em crescendo que culminou com o novo álbum Explode. Um sentimento repleto de cor, uma emergência de ser feliz que pretende conquistar o mercado internacional.

Fizeram a sua estreia na Madeira em 1999 como foi essa experiência?

Sandra Tavares: Desde o nosso primeiro disco gravado que viemos à ilha. Foi na discoteca das Vespas, lembro-me que viemos com uma trupe de 14 pessoas em palco, éramos muitos e o espaço era pequenino e fui muito engraçado, tanto é que regressámos umas três vezes. Andamos por aí e recordo que cada vez que estreámos um disco vimos sempre à Madeira e este não é excepção.

Quando começaram recordo-me que foi difícil impor o som dos the gift porque cantavam em inglês.

ST: Foi. No inicio foi assim, o facto de cantarmos em inglês, as pessoas não estavam habituadas. Recordo, que quando lançamos o single “ok! do you want something simple?” foi aí que chegamos ao público, as rádios e todos começaram a conhecer os the gift. De um momento para outro estávamos nos melhores festivais do país, fomos ao festival de Paredes de Coura e inclusive fechámos o Sudoeste. Houve um período de adaptação. Costumámos dizer que a nossa música primeiro estranha-se e depois entranha-se. Aconteceu.

Após todo este sucesso, cinco álbuns depois, apareceu a Amália Hoje. Como surgiu o conceito deste projecto?

ST: O conceito do Amália hoje surge de um convite da Valentim de Carvalho, da direcção actual desta instituição, mais propriamente de uma senhora que se chama Paula Homem, que propôs ao Nuno Gonçalves, o compositor dos the Gift, rearranjar temas da Amália, numa versão pop. Depois ele fez-me um convite para participar e ao nosso colega, o Paulo, bem como, ao Fernando Ribeiro dos Moonspell e surgiu assim, no nosso estúdio de Alcobaça. Fizemos o disco com muito prazer. Nunca imaginámos que íamos para a estrada com esse disco. Mas, depois de ser triple-platina as pessoas assim o exigiam e fazia sentidos que fizéssemos uma digressão.

Cantastes alguns dos temas mais icónicos da discografia da Amália, tivestes algum receio?

ST: Não, não tive. Para já porque quando o Nuno me convidou, nós já nos conhecíamos aos 20 anos e de trabalharmos juntos tantos outros. Depois, ele não queria alguém que cantasse o fado, porque se fosse para isso, ele não me teria escolhido a mim. Eu ia cantar aquilo que sei cantar que é pop e trabalhando em conjunto com ele não tive medo de nada, obviamente. Mas, foi acima de tudo uma responsabilidade dar uma nova voz aos fados da Amália. Mais do que medo.

Sentistes essa pressão na altura? Porque há os mais puristas que defendem que o fado se deve cantar de uma determinada forma e não com uma sonoridade pop.

ST: A Amália não deve ser entendida como uma cantora de fado. Era uma artista pop, porque ela fazia digressões pelo mundo inteiro, tal como eu, tal como a Madonna. Cantava com os melhores artistas, um desses exemplos é o Frank Sinatra. Cantou músicas que não o fado, standards de jazz como o “Summertime”. Amália mais do que uma cantora de fado era uma diva, era icónica como interprete. Era uma mulher que ensinava muita coisa a muita gente e foi por esse motivo que aceitei o desafio.

Este novo álbum parece mais introspectivo. Estiveram na índia, numa espécie de retiro espiritual, porque houve essa partida, foi uma fuga?

ST: Não. Nós acima de tudo queríamos que este álbum fosse uma explosão de cor, de sentimentos e alegria. Fomos a Índia tirar as fotografias, porque soubemos que havia um festival, no inicio da primavera, um pouco por todo o território, onde durante uma semana há uma explosão de cor. É um carnaval religioso, onde atiram pigmentos uns aos outros, tipo serpentinas vamos entender assim e nesse período esquece-se tudo, os problemas e agradece-se aos deuses tudo o que se tem, que no fundo é nada. A grande lição que retirámos de ter lá ido é que vivem muito pior que nós, mas tentam ser mais felizes. O que nos fez despreocupar sobre todas as coisas fúteis e foi uma grande lição. Fomos captar esse sentimento, essa felicidade que se vive na Índia.

Mas, acharam que não encontravam isso em Portugal?

ST: Desta maneira não. E falando de uma forma mais tipográfica, nós queríamos captar para fotografia, essas imagens, a cor, a alegria nos olhos das pessoas, as expressões, um bocadinho em transe, trata-se de um festival religioso. Nós tínhamos investigado o que era evento em si. Sabíamos que acontecia todos os anos e fomos captar a cor e um sentimento que não se via em mais lado algum do mundo.

Essa investigação surgiu porque já tinham algumas canções do álbum?

ST: Foi ao contrário. Nós tínhamos um conceito que era esse de alegria, de cor sobretudo. Fomos então à Índia e só passado um ano, já em estúdio é que foram surgindo as canções.

Porque passado um ano, necessitaram de assimilar aquilo tudo?

ST: Também. Porque ter um conceito na cabeça e pô-lo em prática leva o seu tempo. No que respeita a música o processo é sempre mais lento, as ideias estão lá, mas depois não sabemos muito bem se elas fazem ou não muito sentido. O processo de gravação demora muito. Entretanto, o Nuno foi pai. Fomos para Madrid gravar este disco, porque ele vive nesta cidade com a sua esposa e a sua filha. Tudo isso leva o seu tempo.

Como é cantar no palco de festival, o que o torna diferente, tendo em conta o espaço e as pessoas que alberga?

ST: A diferença entre um festival e por exemplo, o palco mais pequeno é que embora, sejam ambos fantásticos no que diz respeito a introspecção e a intimidade com as pessoas. No teatro, se pode chegar mais perto e conversar com as pessoas. Num festival, há a alegria e a euforia de ver milhares de pessoas pela frente e a reciprocidade d publico de entrarem nessa festa.

http://www.thegift.pt/

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